Após a nova selecionadora espanhola Montse Tomé ter convocado 20 jogadoras que já haviam anunciado que não estavam disponíveis para ser chamadas, em virtude do escândalo em torno de Luis Rubiales, as atletas emitiram um comunicado conjunto em que defendem essa mesma decisão.
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A polémica em torno da seleção feminina espanhola acaba de ganhar mais um capítulo. Esta segunda-feira, a nova selecionadora Montse Tomé anunciou a sua convocatória para a Liga das Nações, incluindo 20 jogadoras que já haviam manifestado a sua indisponibilidade para ser chamadas, em virtude do escândalo em torno de Luis Rubiales, motivando uma reação de descontentamento da sua parte.
Em comunicado conjunto, as jogadoras garantem que a sua vontade de não serem convocadas mantém-se e negam que a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) as tenha informado da sua chamada, ao contrário do que garantiu Tomé, em conferência de imprensa, que mencionou um contacto entre ambas as partes.
As atletas defendem-se ainda com um atraso da Federação na convocatória e referem que estão a ponderar recorrer às vias judiciais como resposta à mesma.
Esta posição das jogadoras surgiu na sequência do beijo na boca que o então presidente da RFEF, Luis Rubiales, deu à jogadora Jenni Hermoso, durante as celebrações da conquista do título mundial feminino de futebol, no estádio de Sydney, na Austrália, num momento que ditou a sua demissão.
Logo nos dias posteriores à final do Mundial, mais de 80 futebolistas espanholas divulgaram um comunicado de solidariedade com Jenni Hermoso e anunciaram que recusavam jogar na seleção nacional de Espanha se não houvesse mudanças na federação.
Refira-se que Hermoso não foi incluída na convocatória de Montse Tomé, que explicou a decisão como uma forma de "proteger" a jogadora.
Leia o comunicado na íntegra:
"As jogadoras da seleção nacional sénior feminina de futebol vêm, na sequência da convocatória e consequente conferência de imprensa da nova selecionadora nacional, Montse Tomé, declarar o seguinte:
O que foi expresso no nosso comunicado de 15 de setembro de 2023, deixa clara e sem qualquer margem para outra interpretação, a nossa firme vontade de não sermos convocadas por motivos justificados. Estas declarações permanecem plenamente válidas. Nos dias que se seguiram a esta declaração, gostaríamos de tornar público que nada diferente foi transmitido a qualquer membro da RFEF, pelo que solicitamos expressamente que a informação que for transmitida publicamente seja rigorosa.
Nós, enquanto jogadoras profissionais de elite e depois de tudo o que se passou hoje, vamos estudar as possíveis consequências legais a que a RFEF nos expõe ao colocar-nos numa lista na qual tínhamos pedido para não sermos chamados por razões já explicadas publicamente e com mais detalhe ao RFEF, e tomar a melhor decisão para o nosso futuro e para a nossa saúde.
Consideramos relevante salientar, a este propósito, que a convocatória não foi efetuada nos termos do n.º 2 do artigo 3.º do Anexo I do Regulamento da FIFA sobre o Estatuto e Transferência de Jogadores, pelo que entendemos que a RFEF não está em condições de exigir a nossa presença.
Lamentamos mais uma vez que a nossa Federação nos tenha colocado numa situação que nunca desejaríamos".
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