Internacionais portuguesas entre as mais de 100 jogadoras que visam Arábia Saudita em carta enviada à FIFA

Mais de 100 jogadoras profissionais, oriundas de 24 países, enviaram recentemente uma carta conjunta a Gianni Infantino, na qual pedem ao presidente da FIFA que rompa o contrato de patrocínio que o organismo tem com a Aramco, empresa petrolífera estatal da Arábia Saudita. As internacionais portuguesas Stephanie Ribeiro e Sierra Cota-Yarde estão entre os 108 nomes de futebolistas que assinaram o documento.

Na base desse pedido estão alegadas violações dos direitos humanos, a forma como o regime saudita “oprime sistematicamente” as mulheres e a comunidade LGBT, sendo assim denunciada a sua “enorme contribuição” para as alterações climáticas. Nesse sentido, é apontado que esse acordo de patrocínio entre a FIFA e a Aramco “é um murro no estômago do futebol feminino”. "Um patrocinador de pesadelo", referem.

"Pedimos à FIFA que reconsidere essa parceria e substitua a Saudi Aramco por patrocinadores alternativos, cujos valores se alinhem com a igualdade de género, os direitos humanos e o futuro seguro do nosso planeta. Uma corporação que tem uma responsabilidade flagrante pela crise climática, de propriedade de um estado que criminaliza indivíduos LBGTQ+ e oprime sistematicamente as mulheres, não tem lugar para patrocinar o nosso belo jogo", prossegue a missiva enviada à FIFA.

A FIFA não respondeu até agora a esta carta, que surge depois de, em abril, ter assinado o maior contrato de patrocínio da sua história, com lucros estimados pelo The Times em 11 mil milhões de euros até 2034, com a empresa saudita, que se tornou num dos principais patrocinadores do Mundial’2026 masculino e do Mundial’2027 feminino de futebol. 

Recorde-se que a Arábia Saudita apresentou a sua candidatura à organização do Mundial’2034.