Ausências do Mundial comprovam abundância de qualidade no futebol feminino português
O selecionador Francisco Neto manteve-se fiel às escolhas habituais. No entanto, fora do certame intercontinental ficaram várias jogadoras que se destacaram ao longo da época.
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Esta terça-feira, dia 30, Francisco Neto, selecionador nacional, anunciou as 23 futebolistas que vão representar Portugal no Campeonato do Mundo de 2023, que se realizará na Austrália e na Nova Zelândia, de 20 de julho a 20 de agosto.
A convocatória lusa integra os seguintes nomes: Inês Pereira, Patrícia Morais, Rute Costa, Ana Seiça, Carole Costa, Catarina Amado, Diana Gomes, Joana Marchão, Lúcia Alves, Sílvia Rebelo, Ana Rute, Andreia Norton, Andreia Jacinto, Dolores Silva, Fátima Pinto, Kika Nazareth, Tatiana Pinto, Ana Borges, Ana Capeta, Carolina Mendes, Diana Silva, Jéssica Silva e Telma Encarnação.
No entanto, fora da lista final ficaram várias jogadoras que, ao longo da presente temporada, assumiram um papel de destaque ao serviço dos seus respetivos clubes.
Começando pelo setor defensivo, Bruna Lourenço e Alícia Correia formaram uma interessante dupla de centrais no Sporting, equipa que mais pontuou na segunda volta da Liga BPI e que sofreu apenas cinco golos nesse período. Já Mónica Mendes e Ágata Pimenta foram elementos cruciais no sucesso do Servette, que, depois de ter conquistado, pela primeira vez, a Taça da Suíça, procura o título de campeão para fazer a dobradinha.
No miolo do terreno, a grande ausência recai em Vanessa Marques, do Braga - a atleta, de 27 anos, esteve presente nas fases finais dos Europeus de 2017, nos Países Baixos, e 2022, em Inglaterra, sendo uma das escolhas habituais nas convocatórias da Seleção Nacional.
Por fim, no ataque, há, sobretudo, duas avançados a realçar: Ana Dias, do Zenit, e Bia Meio-Metro, do Braga. Ana Dias é, a par da polaca Gabriela Grzywińska, uma das melhores marcadoras do campeão russo no campeonato, com oito remates certeiros em 11 jornadas. Por outro lado, Bia Meio-Metro, que não soma qualquer internacionalização A, foi considerada, pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), a terceira melhor jogadora da Liga BPI, ficando somente atrás da compatriota Kika Nazareth, segunda colocada, e da canadiana Cloé Lacasse, que arrebatou o primeiro lugar.
Entre outros, estes sete nomes são o melhor comprovativo da abundância de qualidade que, neste momento, o futebol feminino português possui. E olhando para a forte aposta que os principais clubes lusos têm feito na "prata da casa" e no produto nacional - Lara Martins e Bibocas, do Benfica, Andreia Bravo e Maísa Correia, do Sporting, e Letícia Almeida, jogadora, de 18 anos, que o Famalicão resgatou ao Länk Vilaverdense e que marcou no triunfo do emblema minhoto na final da Taça de Portugal feminina desta época, são alguns desses exemplos -, o futuro é, a todos os níveis, bastante promissor.