Após passagem "atribulada" por Braga, rumou a Barcelos: "O Gil Vicente é grande"
Rafa Mesquita, extremo de 19 anos, marca há três jogos consecutivos e encontrou em Barcelos a "alegria de jogar futebol". Iniciou a temporada no Braga, clube onde nem sempre alcançou o que esperava. Mudou-se para o Gil Vicente e ganhou "um novo fôlego". Está em destaque com cinco golos marcados.
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Dona de um currículo invejável, com passagens por Freamunde, Braga e Sporting, Rafaela Mesquita, de 19 anos, chegou a Barcelos após passagem "atribulada" pelos Guerreiros do Minho. A jovem, natural da Lousada, conta a O JOGO as dificuldades de viver sozinha para perseguir o sonho de ser jogadora profissional e revela que tem o sonho de jogar noutro país.
Como surgiu o futebol na sua vida?
-Surgiu da forma mais natural que é possível imaginar. Acho que já estava destinada a isto. Fui jogando com os meus colegas na escola e surgiu o convite por parte de um deles para me inscrever nas escolinhas do Aparecida. Cheguei a casa e contei aos meus pais. Ficaram surpresos, mas lá fui eu...
Iniciou, então, o seu percurso no futebol no Aparecida FC. E o que se seguiu?
-Iniciei a minha história do futebol no Aparecida, e era a única menina numa equipa de rapazes. Com 12/13 anos, surgiu a oportunidade de ir jogar para o Freamunde, uma equipa feminina, e aí percebi que o futebol ia ser realmente uma coisa séria. Aos 16 anos, mudei-me para Braga e permaneci lá uma época. No final dessa temporada, soube que havia interesse do Sporting, e aceitei. Porém, no final do ano, regressei novamente ao Braga, onde estive até embarcar no Gil.
Jogar no Sporting é o sonho de qualquer jogadora de futebol. Foi viver sozinha para Lisboa ainda tão jovem, deixando a família e amigos para trás. Como foi essa mudança?
-Muito difícil. Fui viver sozinha para Lisboa e custou-me imenso. Se calhar, aceitei por ter sido um desafio tão grande, mas talvez não tivesse maturidade para encará-lo da maneira que me achei capaz. Fui para um ambiente mais caótico, mais frio e não tinha ninguém perto. Foi a primeira vez em que realmente tive noção das dificuldades que este desporto acarreta.
Depois regressa ao Braga. Como foram esses tempos no Minho?
-Senti alguma dificuldade quando me mudei para Braga. Ingressei numa escola em que não conhecia ninguém e também tive que viver longe da minha família.
Iniciou esta época ao serviço dos Guerreiros do Minho. Entretanto, mudou-se para o Gil Vicente. Como está a ser a temporada em Barcelos?
-Desafiante. Iniciei a minha época no Braga, clube onde encontrei muitos desafios e metas a superar, e onde nem sempre alcancei o que esperava. Não conseguia confiar em mim. Depois de conversar com o meu agente, decidimos que talvez estivesse na altura de procurar uma alternativa onde pudesse mostrar realmente aquilo para que me preparo todos os dias. E vim para o Gil Vicente. Tem sido uma experiência muito enriquecedora. Encontrei colegas que formam um grupo excelente. Este clube é grande.
No Gil Vicente, tem dado nas vistas com boas exibições e golos à mistura. Sente que está na sua zona de conforto?
-Esta oportunidade veio numa fase em que já não me identificava com o Braga, onde não tive oportunidade de conquistar o meu lugar. Foi uma daquelas mudanças necessárias para voltar a acreditar que o trabalho sempre compensará e será sempre valorizado. Apesar de estar num ambiente diferente, sinto-me realmente motivada e tenho sentido uma enorme vontade de me superar e de me pôr à prova.
"Gostava de jogar noutro país e viver novas experiências"
Sem problemas em mostrar-se ambiciosa, Rafaela Mesquita almeja abraçar um projeto internacional, porém, o foco primordial está no emblema gilista. "O foco é o Gil Vicente. Sem dúvida que quero mesmo entregar o meu melhor em campo para que, com as minhas colegas, consigamos levar a equipa mais longe. Porém, futuramente, gostava de ter a oportunidade de jogar futebol lá fora e viver novas experiências. Podia fazer do futebol vida, o que me faria certamente muito feliz. E no futuro, quem sabe, até vir a ensinar ou ajudar outras meninas a compreender o futebol", remata a jovem.
O maior sonho é chegar ao Jamor
"Agora, o céu é o Estádio do Jamor". Ávida, Mariana Couto deseja pisar o palco de todos os sonhos e, após eliminar o Damaiense, está mais próxima dessa meta. A jogadora, de 20 anos, analisa o encontro da 3.ª eliminatória da prova rainha, em que foi a figura de maior destaque, o que lhe valeu bastantes elogios das colegas de equipa. "Não foi um jogo fácil. Acho que não entrámos bem, ao contrário do Damaiense, que entrou muito bem organizado. No entanto, soubemos manter a calma e dar a volta como equipa, com muita união. Houve muito mérito também da equipa adversária. Ganhámos, mas a muito custo. Senti que podia dar mais, mas o feedback das colegas sobre a minha exibição foi muito positivo", diz.
Mariana chegou esta temporada ao Clube Albergaria, após uma passagem pelo Boavista, clube onde permaneceu durante sete anos. No entanto, a jovem revela que se sente "valorizada" no emblema aveirense e contribuiu para o primeiro grande objetivo da época. "Para mim, o Clube Albergaria é uma equipa muito constante no futebol feminino. A treinadora e os diretores são os mesmos há imensos anos. Isso dá muita confiança para quem chega. Neste momento, sinto o Albergaria como se cá jogasse desde o meu primeiro dia de futebol. Sinto-me valorizada, o que me leva a crer na confiança que a "míster" Paula deposita em mim e sei que ajudei a equipa a cumprir o grande objetivo, a permanência na Liga BPI", conta a avançado.