Com sete tiros certeiros em dez jogos pelo Racing Power, a avançado é a melhor marcadora da equipa.
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Jenny Vetter, avançado de 24 anos do Racing Power, está a deixar uma marca forte nesta época de estreia na Europa e na Liga BPI, com sete golos marcados em dez jogos. A jornada da norte-americana começou nos campeonatos universitários dos Estados Unidos, onde se destacou ao serviço do Minnesota State - especializou-se em ciências biomédicas -, acumulando 57 golos em 132 jogos. Agora, integrada na formação orientada por João Marques, Vetter continua a revelar um talento único e uma apetência inata para marcar, contribuindo para o bom desempenho da equipa. Antes do futebol, Jenny praticou basquetebol e atletismo.
Esta temporada assinala a sua estreia na Europa e na Liga BPI, onde já leva sete golos em dez jogos. Como descreve este início de “aventura”?
-A transição foi bastante boa e suave, em grande parte devido às minhas colegas de equipa, que me receberam, e às outras jogadoras estrangeiras, de braços abertos. É muito mais fácil aprender quando estás rodeada de pessoas incríveis. Sinceramente, estou a gostar imenso do clima daqui. De onde venho faz bastante frio, pelo que treinar em condições excelentes durante todas as estações é ótimo.
O Racing Power tem um estilo de jogo rápido e físico. Isso é bom para as suas características em campo?
-A dinâmica e a velocidade do Racing Power refletem o estilo americano. Pressionamos intensamente, destacamos o trabalho defensivo e criamos oportunidades ofensivas. A identidade de jogo do clube alinha-se perfeitamente com os meus pontos fortes, e isso foi determinante na minha escolha.
Comparando o futebol português com o norte-americano, que diferenças e semelhanças tem encontrado?
-Há diferenças, mas também algumas semelhanças intrigantes. Acredito que a escolha pelo Racing Power foi acertada devido a essas afinidades. A destreza técnica das jogadoras em Portugal é notável e há também nuances fascinantes nas identidades táticas das equipas. Nos Estados Unidos, combinamos a perícia técnica com um estilo de jogo mais atlético, direto e repleto de transições.
Ocupa o segundo lugar na lista de melhores marcadoras da Liga BPI, a que atribui este sucesso em ano de estreia?
-Acredito que o meu trabalho árduo nos treinos e nos jogos é uma parte significativa do meu sucesso. É importante ser humilde, procurar sempre melhorar e contribuir para o crescimento da equipa. A química entre nós tem crescido ao longo do tempo, apesar de muitas jogadoras serem novas.
Tem algum ritual antes dos jogos que a ajude a fazer tantos golos?
-Antes de um jogo costumo ouvir a mesma lista de músicas para me ajudar a concentrar. Normalmente, tento tomar um café do Starbucks na manhã do jogo. É um dos meus rituais, dá-me um impulso positivo e deixa-me de bom humor para começar o dia. Além disso, acho que manter a minha rotina é importante para me ajudar a manter o foco.
Muitos adeptos comparam-na a Alex Morgan. Vê isso como uma motivação?
-A Alex Morgan [avançado norte-americana bicampeã mundial, campeã olímpica e vencedora da Liga dos Campeões] foi alguém que sempre admirei quando era mais jovem. A sua capacidade de finalização e velocidade moldaram, definitivamente, a forma como eu queria jogar. Cresci a ver jogar a equipa feminina dos EUA e admirava muitas jogadoras. Ser comparada com ela é uma honra, algo que me motiva a evoluir como jogadora.
Quais são os objetivos futuros e até onde ambiciona chegar?
-O meu sonho máximo seria regressar aos Estados Unidos, integrando a National Women’s Soccer League. Contudo, o meu desejo é também jogar o máximo de tempo possível e saborear cada momento em campo. Sendo esta a minha estreia numa equipa profissional, estou empenhada em apreciar todo o processo e em contribuir para o nosso sucesso. Tenho a convicção que, ao dedicar-me ao sucesso aqui, coisas incríveis se seguirão na minha carreira.