ENTREVISTA - Fazendo parte do núcleo duro da Udinese, que compete no Calcio, João Ferreira, de 22 anos, vai carimbando as credenciais de promessa do Benfica, após passagens difíceis por Guimarães e Vila do Conde
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Pela mão de Jorge Jesus, João Ferreira realizou cinco jogos pelo Benfica em 2020/21, competindo na Taça de Portugal, Liga Europa, Taça da Liga e I Liga. Não esconde o orgulho de ter sido um dos poucos jovens que saltou à primeira equipa chamado pelo experiente técnico, mas também recorda que lidou mal com os raspanetes que recebia.
As etapas no Vitória e Rio Ave, um total de 28 jogos, deixaram algo a desejar?
-As passagens pelo Rio Ave e Vitória não foram o que esperava de um certo ponto de vista de utilização e ritmo competitivo. Mas, por outro lado, foram ao encontro do que precisava, pois estava a deixar o Benfica, onde tinha estado vários anos, habituado a ter tudo. Era um ambiente diferente em meu redor, visto como menino da academia e sentia ter tudo de mão beijada. No Vitória logo me deparei com um ambiente de adultos, um balneário completamente diferente. Isso afetou-me um bocadinho, não soube lidar bem, porque vinha jogando exclusivamente com gente da minha idade e recebia muito carinho. Claro que queria muito em termos exibicionais e de tempo de jogo, mas cresci a nível pessoal, maturando e assentando ideias. Fiquei mais maduro para o futebol e para a vida. O Rio Ave também encaro como etapa positiva. O treinador depositava muita confiança em mim, mesmo não me fazendo jogar muito. Sentia que era importante para o coletivo e para a equipa.
De promessa da formação a aposta de Jesus. Foi difícil corresponder às exigências?
-As bases de qualquer jogador que passe pelo Benfica são as melhores. Não se pode pedir mais. Não imagino clube algum que nos dê mais ferramentas. A estreia com Jesus na Taça, contra o Paredes, deixou-me muito contente. Todos sabiam como era o míster e que raramente apostava nos jovens. Saber que era aposta dele foi um momento muito feliz para mim. As duras também as tive, claro, toda a gente sabe como ele é. Posso não ter lidado com isso da melhor maneira, porque ainda era imaturo. Incomodava-me, abalava um pouco a minha confiança. Era normal, queria mostrar o meu valor, o míster mostrou-me que não olhava a idades e reconheceu a minha qualidade.