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Não há fome que não dê em fartura, diz o povo que é sapiente nestas coisas, pelo que o Beira-Mar não se coibiu de iniciar a nova época com uma imagem destorcida da realidade desejada. Sem dinheiro para competir com outros emblemas e com falta de experiência acumulada nestas andanças, os aveirenses abriram a época com apenas 11 jogadores - dos 17 já confirmados - e somente três dos seis reforços garantidos. As muitas negociações em curso no último mês esbarraram sempre no mesmo: dinheiro.
"Não temos verbas para competir com outros emblemas. Teoricamente, somos candidatos à descida de divisão", disse ontem Leonardo Jardim na primeira declaração de época. "Não temos nomes sonantes, com currículos de primeira liga, mas com trabalho como no ano passado, vamos conseguir valorizar os nossos jogadores e alcançar a manutenção."
O recurso a empréstimos, muito em voga nos clubes de parcas condições financeiras, também não tem sido fácil. Apenas o Sporting cedeu três jogadores (André Marques, Wilson Eduardo e Diogo Rosado) o que levou Jardim a admitir "algumas dificuldades no relacionamento institucional com os clubes grandes", justificado por o Beira-Mar "ser um clube com gente nova que está a entrar agora nestas andanças".
Seja como for, Leonardo Jardim acredita que "serão encontradas soluções dentro do custo/qualidade desejados" para formar o plantel que tem nove lugares por preencher: um guarda-redes, dois defesas, quatro médios e dois avançados. Quem sabe se algum não aparece do campo de captações que o clube lançou esta semana para jovens sub-23 e onde três ou quatro poderão mesmo integrar a pré-época, para a semana, em Oliveira do Bairro. Pois: falta acrescentar que o clube anda com a casa às costas. À falta de relvados em Aveiro, que estão todos em manutenção, o Beira-Mar agradece o apoio dos clubes da periferia até meio deste mês.