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Fernando Santos foi ontem apresentado como o novo seleccionador da Grécia, tal como O JOGO oportunamente noticiou. O técnico português assinou um contrato válido por dois anos - por opção própria, conforme revelou - e terá como principais objectivos manter a selecção helénica nas principais competições e, paralelamente, reestruturar o futebol do país, pois, conforme fez questão de ressalvar "a geração de hoje será a Grécia de amanhã".
Numa conferência de Imprensa em que começou por fazer uma declaração num grego perfeito, mas na parte das perguntas optou por responder em português e recorreu a um tradutor, Fernando Santos salientou sentir-se "honrado com o convite, ao qual não podia dizer não" e evitou comparações com o antecessor Otto Rehhagel, o qual elogiou pelo trabalho feito, mas não deixou de salientar que se registarão mudanças. "Foram oito anos muito bons, mas um novo ciclo começa. Colocarei a minha filosofia ao serviço da equipa. A maneira de jogar será diferente, mas o objectivo é ganhar, é isso que importa no futebol. Vamos procurar uma equipa capaz de ser forte, competitiva e que proporcione bons jogos", declarou o treinador português.
Para além da selecção principal, Fernando Santos terá também a missão de reestruturar o futebol grego, tentando "uniformizar as selecções, principalmente das que estão mais perto da equipa principal, promovendo uma filosofia única desde as camadas jovens". Para que isso seja possível, salienta que promoverá um "contacto constante com os clubes, e não só os principais, para aumentar o leque das opções". "Ficarei muito satisfeito se contribuir para que o futebol grego seja melhor do que é hoje", concluiu.
A "provocação" do Euro'2004
O momento alto de Otto Rehhagel na Grécia foi a conquista do campeonato da Europa realizado em Portugal, precisamente a selecção derrotada na final. Invariavelmente, este triufo grego em solo luso foi um dos temas levantados pelos jornalistas locais e ao qual Fernando Santos não se esquivou a responder. "Foram sentimentos antagónicos. De tristeza, por Portugal, e alegria pela Grécia. Como foi esta que ganhou não fiquei muito triste", foi a resposta diplomática do novo seleccionador da Grécia, cargo assumido após sete anos passados no futebol local, ao serviço de AEK, Panathinaikos e PAOK.