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Um ano depois de Caio ter deixado o FC Porto, os campeões viram sair Jorge Silva. O interesse do Candelária intensificou-se e levou à transferência do avançado portista para os Açores. O clube sublinhou que o jogador "terá sempre as portas abertas", os adeptos reservaram-lhe uma despedida especial e Jorge Silva saiu em lágrimas.
"Foram cinco anos quase perfeitos, onde ganhei praticamente tudo, que me ajudaram a chegar a internacional A, e onde integrei um grupo coeso, que é agora difícil deixar. O clube ficou satisfeito com o meu trabalho e eu sei que tenho ali amigos, tanto na direcção, como entre os jogadores", desabafou Jorge Silva, lembrando o jogo de despedida: "Sentia que era acarinhado pelos adeptos, mas não esperava a atitude que tiveram. E eu que me andava a preparar para o momento da despedida, apercebi-me, ali, que se fechava um ciclo. É muito bom saber que saio bem, de consciência tranquila. Vou trabalhar para um dia voltar ao FC Porto. Sonho voltar e ser campeão europeu."
Revendo os episódios mais marcantes de dragão ao peito, lembrou: "O meu primeiro grande momento no FC Porto foi a conquista da Supertaça. O FC Porto já tinha conquistado este troféu antes, mas para mim, que não tinha ganho nada, foi a minha primeira, por isso foi especial."
Na hora de assumir um novo desafio, Jorge Silva, motivado, concluiu: "Sinto-me realizado. Há jogadores que fazem uma carreira sem ganhar o que já ganhei, mas estou convicto que nem a meio vou."
"Vou ajudar Carlos Dantas"
Jorge Silva estava em fim de contrato no FC Porto, o Candelária aproveitou as circunstâncias e formulou o convite, atractivo em termos financeiros, mas, sobretudo, aliciante pelo projecto desportivo e pela oportunidade da titularidade. "Apesar de adorar jogar no FC Porto, pesei os prós e os contras e achei que era melhor dar o salto, é uma chance para voltar a dar nas vistas. Estava um pouco preso pelos colegas de valor inquestionável que jogam comigo", explicou Jorge Silva, acrescentando. "Estou na idade certa para dar um salto qualitativo e optei pelo Candelária que tem apostado forte para chegar ao topo. Tive outras propostas, que me fizeram pensar, mas o Candelária, ao permitir-me jogar mais tempo, faz-me sonhar de novo com a selecção. As expectativas são elevadas, porque o Candelária é competitivo. Só posso prometer trabalho. Como me habituei a ganhar no FC Porto, gostava de ganhar no Candelária." O jogador, que nunca imaginou ser treinado por Carlos Dantas, agora assegurou: "Chegámos a ser rivais. Sempre o achei cordial, apesar de ele estar na altura no Benfica e eu no FC Porto. Tratarei de o ajudar a encontrar os pontos fracos do FC Porto, que parte na frente em termos de estrutura e de métodos de trabalho, mas espero que o Candelária lhe morda os calcanhares."