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>Quando os pavilhões são homenagens
É "mística", a palavra que melhor define a longa história da modalidade em Matosinhos, onde surgiu em 1945, pelas mãos de Orlando Ramos. "Na altura, não havia quem não passasse pelo Leixões", diz o fundador, com uma vitalidade e memória espantosas para os seus 91 anos. Orlando Ramos, Soter Ramos, Joaquim Resende, Henrique Moreira, Joaquim Abreu e Joaquim Rajão formaram a primeira equipa e, desde então, o clube festejou 72 títulos nacionais - o primeiro deles em 1964, já jogando no Filatélico, depois de ter deixado o campo de Santana, em terra e ao ar livre - e conheceu muitas figuras famosas, não só como voleibolistas. Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos, também lá jogou. Júlio Siza Vieira, irmão do famoso arquiteto, "deu" o posterior nome ao pavilhão, mas por motivos trágicos, em 1954. "No final do treino de basquetebol [Siza Vieira jogava as duas modalidades], tínhamos o hábito de nos sentarmos num estrado que segurava uma plataforma que recolhia para os camiões passarem. A plataforma caiu, ele tentou segurá-la e ficou esmagado. Tinha 23 anos...", conta Ramos.
Todos os espaços do Leixões são, por sinal, tributos a referências do voleibol. A Nave Prof. Costa Pereira recorda o técnico, falecido em 1999, que contribuiu para os 11 títulos consecutivos da equipa feminina, um recorde português e que, a nível mundial, só é superado pelos 13 títulos do CSKA de Moscovo (Rússia).
A Nave Ilídio Ramos toca particularmente Orlando Ramos, pois tem o nome do filho que perdeu em 2001, depois de 17 anos como jogador do clube, de ter sido campeão pelo Benfica e mais tarde, já como técnico, tetracampeão pelo Sporting de Espinho.
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