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O Barcelona é o novo - e justo - campeão europeu, sucedendo ao Inter, que na época passada lhe roubara o ceptro continental. Na catedral do futebol inglês, a equipa de Guardiola, uma das mais fantásticas da história do futebol, foi claramente superior a um digno Manchester United. Mas a qualidade do meio-campo e ataque dos blaugrana fez toda a diferença. Xavi, muito provavelmente o melhor médio que este século conheceu, teve um passe de génio para Pedro inaugurar o marcador, e nem o golo de Rooney - num lance em que Giggs recebe a bola em posição irregular - deu a sensação de que, no final, o vencedor pudesse ser outro. A segunda parte teve sentido único: Messi continuou a tirar coelhos da cartola e fez o 2-1, cabendo a Villa fechar o marcador em 3-1 com um remate fantástico. Três golos do Barça com assinatura de um trio fantástico de avançados, conhecido como MVP (Messi, Villa e Pedro), que esta época valeu 98 golos (53+23+22).
Com uma pressão alta e intensa, os ingleses conseguiram deixar em sentido o Barça no início da partida. Ferguson - que preferiu o esforçado Valencia (muito apagado) ao génio de Nani - quis surpreender o adversário e, apesar de não ter tido grandes ocasiões para atirar à baliza de Valdés, a sua equipa criou sobressaltos. Mas mal afrouxou um pouco a pressão, impossível de aguentar por muito tempo, o United passou a correr atrás da bola - e o perigo começou a rondar a baliza de Van der Sar.
Guardiola, que preferiu Abidal a Puyol, deixou a sua equipa jogar como sempre, e o resultado foi o que se viu. Segurança defensiva, com Mascherano em destaque; criatividade no meio-campo, com Xavi, Iniesta e Messi a confundirem as marcações do United; e velocidade no ataque, com as diagonais de Villa e Pedro e as arrancadas estonteantes da Pulga.
Os números da estatística são reveladores da superioridade do Barcelona, e a verdade é que o 3-1 foi lisonjeiro para o United. Afinal, Messi até esteve mais perdulário do que é habitual.