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Thomas Alva Edison, responsável por invenções tão definidoras para a modernidade como a lâmpada de filamento ou o cinescópio, terá dito uma vez, no seu melhor inglês do Ohio, que o génio é o resultado de um por cento de inspiração e 99 por cento de transpiração. Ora, sem querer ter a presunção de discutir a autoridade do senhor Edison para falar sobre o assunto e admitindo que aquela fórmula se aplique à maior parte dos casos, acredito que, por vezes, em situações especiais, o génio pode ser o resultado de uma percentagem de inspiração ligeiramente maior que um por cento. Tome-se, com a devida licença dos mais cépticos, André Villas-Boas como exemplo de génio e o Barcelona de Pep Guardiola como exemplo de inspiração e, mesmo sem querer descontar na quantidade de transpiração que o treinador do FC Porto precisou para chegar lá, percebe-se que um por cento é pouco. Este Barcelona de Guardiola, mas também de Messi e Xavi e Iniesta e dos outros todos, este Barcelona que desmente que as rectas sejam o caminho mais curto entre dois pontos, este Barcelona que devolveu o futebol aos artistas e o resgatou aos robôs, este Barcelona vale bem mais de um por cento como inspiração para um treinador genial como é André Villas-Boas. Tão genial, de resto, que terá apenas confirmado ontem aquilo que já estava farto de saber: será preciso mais de 99 por cento de transpiração para conseguir bater este Barcelona na Supertaça Europeia, lá prò final de Agosto.