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No início da época, a cidade de Le Petit-Quevilly não passava de um subúrbio industrial de Rouen desconhecido da maioria dos franceses. Porém, 11 amadores e um técnico apelidado de "feiticeiro" - Régis Brouard - colocaram a localidade no mapa ao levar o US Quevilly à final da Taça de França. Num percurso brilhante, a equipa do National (equivalente à III Divisão portuguesa) deixou para trás Marselha e Rennes, entre outros, e prepara-se para enfrentar o Lyon no jogo mais importante da sua história, a 28 de Abril. Conhecedor da realidade do futebol francês, Rui Pataca (ex-jogador do Montpellier e atual técnico do Rodez) explicou a O JOGO quais os segredos da ascensão do Quevilly.
"Apesar de jogar na terceira divisão, é uma equipa que tem boas infraestruturas e que aposta muito em jovens jogadores. Posso dizer que as condições de trabalho são semelhantes à de uma equipa da Liga Orangina, em Portugal", explicou Rui Pataca, revelando que a Taça de França é uma prova propícia a surpresas pela rotatividade dos plantéis posta em prática pelas equipas da primeira divisão. "Esta prova é sempre uma boa oportunidade para os clubes pequenos darem nas vistas, porque os grandes costumam poupar os melhores jogadores, a pensar na liga. Porém, não quero menosprezar o valor do Quevilly. É uma equipa à antiga, que defende bem e é muito solidária", revelou o atual treinador do Rodez.
Na final da prova, a equipa do escalão terciário vai enfrentar o poderoso Lyon num confronto de forças desigual, que é ilustrado pela diferença entre o orçamento anual do Quevilly (Meuro 1,9) e o de... Gourcuff, médio do Lyon (Meuro 4,4). "Eles não têm nada a perder e vão estar motivados por jogar no Stade de France. O Lyon é favorito, mas acredito que o Quevilly vá dar muita luta", frisou Rui Pataca. A acontecer mais uma vitória épica, o modesto clube vai dar um ar da sua graça nas provas europeias e orgulhar os cerca de 22 mil habitantes, que sofrem semanalmente com a equipa da terra.
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