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Não foi desta que o Feirense conquistou as insígnias de campeão da Liga de Honra, assim a "fotografia ficou mais pobre", em contrapartida Rodrigo Nunes já poderá recuperar muitas horas de sono perdidas na ansiedade de subir de divisão. O desiderato foi conseguido após oito anos de luta, "realizando o sonho" de um presidente que "não estava disponível para continuar", caso a equipa não saísse deste escalão. A "frustração" de ver voar para Barcelos o troféu "demorou apenas cinco minutos". Perdeu-se o título no empate com o Leixões; restou a vitória clara do desejo de Rodrigo Nunes em se assumir como um presidente da I Liga. A partir daqui, diz, "será muito mais fácil atenuar os custos e aumentar as receitas". Os cálculos são simples de fazer para quem tem uma base forte em contabilidade e longa experiência como industrial. Se o orçamento do Feirense tem roçado um milhão de euros, a próxima temporada será planeada no dobro. "A receita ultrapassará os dois mil milhões de euros previstos em despesas", calcula, colocando nos pratos da balança um peso pesado causado pela necessidade urgente de uma intervenção no Estádio Marcolino de Castro.
Herdeiros complicaram
O plano assumido há quase uma década contemplava o enriquecimento do Parque Desportivo do clube com um estádio novo. A doação do antigo presidente e benemérito facilitava a substituição de um recinto equivalente em outro local, mas os "entraves surgiram por parte dos familiares de Marcolino de Castro". O projecto de Rodrigo Nunes empacou na divergência de interesses, o que inviabilizou um acordo. Agora o esforço será exponencial, pois "parte do dinheiro deste investimento poderia ser canalizado para a reestruturação do plantel". Neste sentido, o presidente do Feirense pressente que "isto poderá trazer dissabores e aumentar o grau de dificuldades" a uma equipa estreante na I Liga. n
Disfarçar a erosão de 49 anos
A operação de maquiagem do Marcolino de Castro arrancou ontem, de modo a que esteja operacional no início da nova temporada. Em apenas um dia, eliminaram-se os vestígios de estruturas desadequadas às exigências da Liga de Clubes, transfigurando a imagem de um estádio inaugurado há 49 anos, precisamente na primeira subida da história do clube. O relvado será alargado e melhorado, haverá iluminação artificial, e uma intervenção profunda nos balneários. A Comunicação Social terá um novo espaço, e mais duas bancadas para aumentar a capacidade para cinco mil pessoas.