Corpo do artigo
Se Alan já está com a cabeça noutras paragens [ver peça à parte], então disfarçou muito bem. O encontro com o Melgacense, recém-promovido à III Divisão na condição de campeão da AF Viana do Castelo, nunca se perspectivou difícil, mas foi a qualidade do extremo que o resolveu. Os dois primeiros golos (Meyong e Rafael Bastos só tiveram de encostar) resultam de excelentes iniciativas suas, com cruzamentos de pé... esquerdo, precisamente o pior. Antes já havia visto um golo anulado e no restante tempo que esteve em campo portou-se sempre como em toda a época passada: fantástico sentido colectivo e refinado brilho individual.
Deste embate entre David e Golias, devemos retirar a ideia de que Domingos perspectiva este Braga em 4x4x2, com dois homens bem abertos nas pontas e dois avançados no complemento, um pouco à imagem do modelo com que terminou 2009/10. Por conhecê-los há mais tempo, o treinador preferiu apostar nos jogadores antigos. Seria fácil concluir, pela diferença de golos marcados (dois contra cinco), que a juventude da segunda parte foi mais espectacular. Seguramente que sim. O que se deve também dizer é que foi nessa fase que o Melgacense usou meia equipa de juniores e acusou o cansaço normal de quem não tem um único treino realizado. Mais pujante e entrosado, o Braga deixou que a qualidade fizesse o resto. Ganhou por sete, mas até podiam ter sido mais. O livre directo anulado a Guilherme parece o golo invalidado a Lampard, contra a Alemanha, no Mundial. As restantes oportunidades desperdiçadas são típicas de quem entra em facilitismos normais nestas ocasiões. Peña e Matheus, por exemplo, que o digam.
Apesar de pouco significativo, o teste deixou indicações positivas. Foram somente 80 minutos, os suficientes para olear a máquina que, dentro de quatro dias, terá um teste bem mais exigente, contra o europeu Marítimo.