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Não há campeão sem sorte, e Sebastian Vettel (Red Bull) estreou-se ontem a vencer no Grande Prémio do Mónaco graças a uma estrelinha bem brilhante e a uma quantidade anormal de acidentes, muitos deles envolvendo Lewis Hamilton (McLaren).
Vettel comandou desde a partida, mas por pouco não se viu sem a vitória, como aconteceu na China. Fernando Alonso provou que a Ferrari é mesmo competitiva em pistas lentas e, no arranque, ultrapassou Mark Webber, superando ainda o McLaren de Jenson Button nas boxes por ter parado menos uma vez do que o britânico (duas contra três mudanças de pneus). Com isso, Alonso depressa se tornou no mais rápido dos da frente, até porque Vettel se viu a braços com uma grande trapalhada. O rádio da equipa deixou de funcionar, e os mecânicos que lhe mudaram os pneus não perceberam as ordens do engenheiro de pista, montando uns macios em vez dos supermacios programados. "Depois disso acalmámo-nos e dissemos: 'OK, não há problema, temos de arranjar maneira de dar a volta a isto.' E conseguimos", explicou Christian Horner, director da Red Bull.
Vettel chegou às derradeiras seis voltas apenas com uma paragem efectuada e os pneus já nas lonas, sentindo já o bafo quente de Alonso no seu pescoço. Mas foi então que Jaime Alguersuari (Toro Rosso) e Vitaly Petrov (Lotus Renault) se envolveram num acidente que apanhou ainda Lewis Hamilton. A corrida foi interrompida e recomeçou um pouco mais tarde, dando a Vettel a possibilidade de trocar de pneus e partir para as derradeiras voltas em vantagem. Foi o suficiente para um triunfo que até aí estivera tremido. Até ao xadrez, Hamilton teve tempo de fazer das suas outra vez, arriscando na ultrapassagem a Pastor Maldonado (Williams) e deixando-o fora da corrida, tal como tinha feito com Felipe Massa (Ferrari), na 34ª volta.