FORA DE JOGO >> <strong>Manuel Moura dos Santos</strong>, "manager" de artistas premiado e um dos jurados mais badalados dos programas de talentos (atualmente, faz parte do júri do Got Talent Portugal, da RTP), é sportinguista desde pequenino e diz que mesmo no longo jejum de vitórias nunca teve a tentação de mudar de clube.
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Para o público, parece um indivíduo sempre de mal com a vida, mas Moura dos Santos é uma pessoa bem divertida...
O Sporting deu-lhe uma grande alegria este ano. E nos 19 que esteve sem ganhar, nunca deixou de comer?
Não, de certeza que não. O Sporting é importante para mim, mas a importância tem que ser relativizada. Vivo intensamente o clube, mas a minha família, os meus amigos, são mais importantes do que isso tudo.
E durante esse longo jejum nunca teve vontade de deixar de ser do Sporting?
Não. A única coisa de que nunca nos divorciamos é do clube.
Quando é que achou que o Sporting ia ser campeão, só quando matematicamente não seria possível ser apanhado como o Rúben Amorim?
Não. Quando ganhámos em Braga disse para mim, já está! Foi um jogo tremendamente difícil para o Sporting, jogou com dez a maior parte do tempo.
Esteve no Marquês a festejar ou preferiu refugiar-se?
Não, não estive. Percebo o entusiasmo das pessoas, a vontade de festejar, mas achei que nos tempos em que vivemos não fazia grande sentido. Além disso, porque as entidades públicas permitiram que aquilo fosse de uma forma tão desastrosa. Os festejos foram confusos e o Sporting acaba por ser apontado como responsável quando não teve responsabilidade nenhuma. Não foi o Sporting que autorizou a claque a montar um ecrã gigante em zonas que nem são do clube.
Como é que olha para o que se passa no rival da Segunda Circular. Ri-se, lamenta, exulta?
Não exulto, porque tenho muitos amigos benfiquistas. Isto é cíclico. Os clubes têm períodos de felicidade e outros conturbados. Isto já aconteceu ao Sporting, ao FC Porto... Ainda me lembro dos tempos do dr. Américo de Sá... Não me dá satisfação, além disso sou amigo do Jorge Jesus.
Em 2011, você apoiou o Paulo Portas. Não acha que o CDS ficou órfão desde que ele se retirou?
O CDS está numa posição extremamente difícil. À sua direita tem uma direita muito agressiva e com uma pessoa que conquistou o seu terreno dento do espaço mediático, não foi pela carreira política. O partido Chega é muito agressivo e é um problema para o CDS, ficou com um espaço mais curto de movimentação. E sem ter nada contra ninguém, parece-me que o CDS precisava neste momento de um líder com outro mundo. Eu sou a favor dos jovens nos cargos, mas na política há uma coisa que se chama experiência de vida e que é muito importante. Portugal e um país muito estranho. As pessoas adaptam-se... Na minha terra, que é no Ribatejo, diz-se que é um país de mansos.
Em que papel é que se sente melhor, "manager" de artistas ou júri nos concursos de talentos?
Sinto-me melhor no papel de ouvir e ver gente com talento que pode ser ajudada. O papel de empresário já não me diz muito. Continuo a fazer trabalhos, estou agora a trabalhar com o Nuno Guerreiro. Eu e toda a equipa acabámos de fazer um disco com ele que espero que tenha sucesso.
Tem noção de que os telespectadores estão sempre à espera de o ver desancar um concorrente?
Isso é de outros tempos. O formato que estou a fazer no Got Talent tem gente muito nova e é preciso ter algum cuidado com as críticas. E a RTP tem um verdadeiro sentido de serviço público. mas não deixo de ser dizer aquilo que penso.
Já algum concorrente o mandou àquela banda (quer dizer, vontade não terá faltado...)?
Imagino e admito que sim... Mas aquela ideia do cromo que não se enxerga e que vai ao programa para ter os seus cinco minutos de fama, cada vez aparece menos. Hoje o Got Talent é uma rampa de lançamento de pessoas que fazem coisas com qualidade que o público não conhece.
Trabalha com três mulheres bonitas, a Sílvia Alberto, a Cuca Roseta e a Sofia Escobar. Três boas profissionais.
A Sílvia Alberto é a que conheço melhor, uma excelente profissional. Conheço-a do tempo dos Ídolos, foi a primeira apresentadora. A Cuca já conheço há muito tempo, é uma grande fadista, com a Sofia não tenho uma relação pessoal porque ela nem sequer vive cá, vive em Espanha.
Você é uma pessoa divertida nas suas relações pessoais?
Tenho os meus momentos... Às vezes tenho um sentido de humor um bocadinho britânico, mas aprecio um bom convívio, estar com as pessoas. Gosto de me divertir e de trocar umas piadas.
TODOS OS DOMINGOS