Benfica

Formados no Seixal renderam ao Benfica cinco centros de estágio

PEDRO_ROCHA

O Caixa Futebol Campus, no Seixal, comemora hoje o 10.º aniversário a carburar e já produziu jogadores que renderam um enorme encaixe ao Benfica. Financeiro e desportivo

Fornecer a equipa principal e continuar a apostar forte no futebol de formação é uma diretriz da estratégia de futuro do Benfica, e uma análise das principais transferências de jovens criados no centro de estágio do Seixal permite perceber o alcance deste objetivo traçado por Luís Filipe Vieira. Em dia de 10.º aniversário do Caixa Futebol Campus, o somatório das principais vendas de jogadores nele formados permite concluir que não só a infraestrutura está paga como ainda seria possível edificar mais quatro com o mesmo custo, ou apenas o atual, se incluirmos as melhorias efetuadas até ao dia de hoje e o custo de exploração anual, que ronda os cinco milhões de euros.

Inaugurado em 2006 com um custo a rondar os 15 milhões de euros, o centro de estágio produziu e exportou muitos jovens, mas há cinco que fazem toda a diferença. João Cancelo (15 milhões), Ivan Cavaleiro (15), Bernardo Silva (15,7), Renato Sanches (35 que podem chegar a 80) e Nélson Oliveira (3 que podem ser 7), ajudaram a chegar a um bolo de 83,7 milhões de euros, nos quais não se incluem as verbas que estas transferências poderão ainda gerar, nem a venda de André Gomes (15 milhões), por ter passado apenas uma época na formação encarnada.

"Há muitos jogadores com talento no Caixa Futebol Campus. Para além do Renato Sanches, há outros que poderão fazer carreira no Benfica ou em outro qualquer clube internacional", afirmou ontem Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD, na apresentação das contas do último exercício. Não enumerou, mas acrescenta-se que, desde 2006, já passaram 19 jovens formados no Seixal pela equipa principal, onde se incluem agora cinco. Dois deles, Gonçalo Guedes e André Horta, estarão hoje nos festejos.

Porém, há também o reverso da medalha, com cada vez mais jovens a serem desviados das equipas encarnadas nos últimos anos. "Tivemos situações em que atletas que formámos, por influência de empresários, saíram. As regras para jogadores com 15/16 anos permitem este tipo de movimentos, o que nos preocupa", analisou Soares Oliveira.