Internacional

Taça das Nações Africanas fala "português"

Geny Catamo AFP

Anfitriã Marrocos abre este domingo a prova frente às Comores. Na segunda-feira, joga-se o primeiro duelo entre "lusos". Ao todo, 17 futebolistas que atuam nos campeonatos nacionais irão marcar presença na maior competição de seleções de África. Leões do Atlas partem favoritos, mas têm um histórico para contrariar.

A 35.ª edição da Taça das Nações Africanas (CAN) arranca ao fim da tarde deste domingo, com o anfitrião Marrocos a defrontar as Comores. Os primeiros "portugueses", todavia, só entram em ação no segundo dia de jogos: primeiro será o Mali, do arouquense Amadou Danté, a enfrentar a Zâmbia, estando agendado para mais tarde o embate entre a África do Sul, do tondelense Yaya Sithole, e a congénere de Angola, que tem na comitiva três atletas a atuar no campeonato português (Jonathan Buatu, Pedro e Beni Mukendi), além de muitos outros com ligações ao futebol nacional.

Ao todo, serão 17 os futebolistas presentes na prova que alinham em clubes portugueses. Um número respeitável, mas ainda assim longe do registado há dois anos, na Costa do Marfim, onde 28 atletas atuavam em campeonatos lusos - um dos quais acabou mesmo por vencer a prova, voltando a estar presente na edição atual: o sportinguista Ousmane Diomande, em representação da seleção marfinense.

Desta feita, não haverá treinadores portugueses a participar (há dois anos foram três: José Peseiro, Pedro Gonçalves e Rui Vitória), e serão apenas dois os países lusófonos presentes, Angola e Moçambique, aos quais se pode acrescentar ainda a Guiné-Equatorial, membro da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) desde 2014. Cabo Verde, que chegou aos quartos de final em 2023 (tal como os Palancas Negras), falhou desta feita o apuramento para a CAN (haveria de "vingar-se" ao conseguir a presença inédita no Mundial do próximo verão), tal como a Guiné-Bissau, que somou quatro presenças consecutivas entre 2017 e 2023.

Marrocos é favorito, mas enfrenta maldição

Todas as previsões apontam favoritismo a Marrocos, numa era de ouro do futebol dos Leões do Atlas, que acabaram de conquistar (em dezembro) a Taça das Nações Árabes e já este ano venceram também o Mundial de sub-20, isto depois de um inédito quarto lugar no Campeonato do Mundo de 2022. Os anfitriões terão, porém, de combater uma "maldição": desde 2000, apenas três países levantaram o troféu jogando no seu país: Tunísia (2004), Egito (2006) e Costa do Marfim (2023).

No lote de candidatos surgem ainda Egito (de Salah), Senegal (de Sadio Mané), Argélia (de Mahrez), Nigéria (de Osimhen e do portista Zaidu), Costa do Marfim (do sportinguista Diomande e do gilista Konan) e Camarões (do red devil Mbeumo). Angola e Moçambique (a equipa com mais "portugueses", com destaque para o sportinguista Geny Catamo), ambos em grupos recheados de potências do continente, terão como objetivo primordial superar a fase de grupos.

Bruno Venâncio