Roberto Martínez, selecionador de Portugal, esteve no programa "Futebol Total", do Canal 11, na sexta-feira, abordando vários temas que dizem respeito à Seleção portuguesa, com o Mundial'2026 em vista
Rodrigo Mora e Geovany Quenda na Seleção: "A nossa formação é uma das melhores da Europa. Gosto de dar oportunidades aos jogadores novos, o mais difícil é o momento da chamada. Quando estão no âmbito da Seleção, é muito difícil para o jogador. Há um aspeto de adaptação. O Rodrigo Mora fez parte da lista final da Liga das Nações. É um jogador muito especial. Cresceu muito, precisa de aproveitar a experiência. O Quenda tem um potencial incrível. Não me arrependo de não o ter colocado no jogo com a Croácia. Se estiver a olhar para um jogador de maneira individual, não estou a fazer o meu trabalho, preciso de ser neutro. Nesse jogo, tivemos a lesão do Tomás Araújo, a ideia era o Quenda e o Fábio Silva jogarem. Uma coisa é o plano, mas o jogo era difícil. Os resultados são importantes. Correu mal do ponto de vista do Geovany. A crítica faz parte do nosso trabalho, mas não gosto da percepção de que o selecionador não acompanha os jogadores do Sporting. Eles têm jogadores fantásticos. O Sporting e o PSG são as equipas com mais convocados. É injusto falar de uma percepção que não é certa. Espero que os adeptos do Sporting saibam que isso é mentira.":
Elogios a Rodrigo Mora e João Simões: "Tivemos o Rodrigo Mora durante junho, na fase final da preparação para a Liga das Nações. Para nós, é um 10, que pode jogar entrelinhas a um nível top. Não há muitos jogadores que conseguem acelerar para chegar à área e depois têm nível de execução. Isso é uma valência incrível. Eu prefiro defender o Mora fora do corredor central. É muito imprevisível. No FC Porto, no 4x3x3 não há uma posição 10. O Rodrigo para nós é um jogador especial, o que ele fez na época passada demonstra a personalidade, que é incrível. Falo também do João Simões, que demonstrou muita personalidade com o Bayern. Precisa de continuar o seu crescimento. A formação em Portugal é muito boa e temos de ter paciência e proteger os jogadores. O Quenda, o Rodrigo e o João Simões estão na lista de 55 jogadores."
Alberto Costa está na mira: "Fiquei surpreendido quando o vi pelo Vitória no Estádio da Luz. Melhorou muito os aspetos defensivos na Juventus, foi um dos melhores jogadores do Mundial de Clubes nos primeiros dois jogos. Começou a época muito bem no FC Porto. Na posição de lateral‑direito, temos Dalot, Nélson Semedo, João Cancelo e Matheus Nunes, que tem a polivalência de jogar em outras posições. Para chegar à Seleção, não é só o que fazes, mas sim quando a janela abre."
Paulinho pode ser o ponta-de-lança que falta: "Precisamos de encontrar mais um ponta-de-lança, além de Cristiano Ronaldo e Gonçalo Ramos. Paulinho? Pode ser, está num momento incrível. Há três jogadores nessa posição que estamos a acompanhar: André Silva (Elche), Fábio Silva (Borussia Dortmund) e o Paulinho. É um jogador de área e está num momento importante, também no seu balneário. Cresceu muito. Hoje era uma opção dentro dos 26."
Portugal no Mundial'2026: "Não somos favoritos, mas podemos ser candidatos. Cheguei a Portugal com esse sonho de ganhar o Mundial. Só há oito seleções que ganharam o Mundial na história. E, nos últimos 40 anos, há seis. E uma seleção que já ganhou o Mundial pode sentir, no balneário, que pode repetir o feito de uma geração anterior. Favoritas são Alemanha, França, Espanha, Argentina e Brasil. Todos já ganharam o Mundial."
Preparação para o Mundial'2026: "Vamos ter jogos amigáveis nos dias 6 e 10 de junho, dia de Portugal, para usar a força dos nossos adeptos. Depois chegaremos lá dia 12 e o primeiro jogo é a 17. Ou vamos ficar em Houston, fazer dois jogos e apanhar o voo para Miami; ou ficar em Miami, pois jogar o terceiro jogo com a Colômbia sem ter de apanhar um voo pode ser importante. É importante encontrar uma nova casa, para treinar e recuperar bem. Vamos estar fora do nosso ambiente quase 40 dias. São oito jogos para ganhar o Mundial. Com um jogo a cada três dias, a recuperação muito importante. Acompanhei o Mundial de clubes e a adaptação ao clima, humidade e altitude são importantes. Jogar no Mexico é exigente. A FIFA aprendeu a lição com esse Mundial de clubes, pois jogar ao meio-dia e 3 da tarde é impossivel. Há que ajustar muito bem o que precisamos de fazer e manter os jogadores com energia."
Papel de Cristiano Ronaldo na equipa: "O papel principal é otimizar aquilo que Cristiano faz ao adversário, porque há dois jogadores condicionados quando ele está no relvado. Há que usar a sua experiência na sua área. Estamos a falar de um jogador que marca 25 golos nos últimos 30 jogos na Seleção e a atitude é exemplar. Estamos a falar de um jogador único, com cinco Mundiais, 227 internacionalizações, um jogador diferenciado. São 21 anos na seleção e o seu compromisso é incrivel."
O contrato com a FPF, que termina após o Mundial'2026: "O foco neste momento é o Mundial. O resto... tenho boa relação com o presidente e a Direção e não é para agora."