Campeão olímpico foi aos Países Baixos estrear-se nos icónicos festivais noturnas de pista, liderou vários dias e desceu a segundo mesmo a fechar
Criadas em 1878, as competições de Seis Dias já foram um dos pináculos do ciclismo de pista, mas têm desaparecido na maioria das grandes cidades. Uma exceção é Roterdão, onde o festival esgota o velódromo com preços não muito acessíveis - 50 euros por um bom lugar de bancada, mas sem jantar - e se juntam quase todas as estrelas dos velódromos. Faltavam as portuguesas, até esta semana. Iúri Leitão foi aos Países Baixos e logo na estreia discutiu o triunfo até aos últimos metros do sexto dia, sendo segundo.
"Isto é fantástico, mas tive logo uma vantagem, a de correr com o Yoeri Havik, um dos mais experientes", relatou Leitão, lembrando que o neerlandês de 34 anos já tem três triunfos no festival. A competição, com múltiplas provas ao longo dos seis dias, é disputada em duplas, permitindo aos ciclistas revezarem-se, com exceção do madison, onde correm juntos. Para a classificação conta o número de voltas, somadas ao longo dos dias, sendo o desempate feito pelos pontos que se vão somando nas diferentes provas.
Os "Yoeris", como foram designados, tiveram vitórias logo na primeira jornada, andaram vestidos de amarelo - assinala os líderes, tal como na estrada -, venceram o Supersprint da noite de sábado e chegaram a domingo com as mesmas voltas e a dois pontos de Fabio Van den Bossche e Lindsay De Vylder, campeões mundiais, que lideravam.
A emoção foi tanta que ontem foram Vincent Hoppezak e Yanne Dorenbos a triunfar, recuperando de duas voltas de atraso para superarem Leitão e Havik, tombando os anteriores líderes para terceiros. "O Havik ensinou-me tudo, a técnica, as táticas... Tornou tudo mais fácil para mim", explicou Leitão, que também entusiasmou o novo colega. "Ele tem um motor enorme! Se um campeão olímpico começa a gostar dos Seis Dias, isto passará a ser mais perigoso para os outros", atirou Yoeri Havik.