Internacional

"Liga dos Campeões sem treinadores franceses? Se virmos a Ligue 1..."

Paulo Fonseca, treinador português do Lyon AFP

Didier Deschamps refletiu sobre o facto de a presente edição da Liga dos Campeões não ter nenhuma equipa treinada por um francês, dizendo que é um dado que reflete um problema mais amplo e que abrange as duas principais divisões do seu país

Didier Deschamps, selecionador de França, refletiu esta quarta-feira sobre o facto de não haver um único treinador do seu país presente na atual edição da Liga dos Campeões.

Questionado em conferência de imprensa sobre o PSG (Luis Enrique, espanhol), Mónaco (Sébastien Pocognoli, belga) e Marselha (Roberto de Zerbi, italiano), representantes franceses na Champions, serem todos treinados por estrangeiros, Deschamp considerou que é um reflexo de um problema ainda maior e que, na sua ótica, abrange as duas principais divisões de futebol em França, a Ligue 1 e 2.

"Se eu lamento isso? Sim, é o que sinto. Acho que o treinador francês não é suficientemente valorizado, mesmo em França. Depois, no estrangeiro, há cada vez menos. Será que somos menos bons do que os outros? Não creio. Será que os outros são mais organizados, e quando digo organizados, é num sentido amplo, com tudo o que isso pode implicar? Certamente", começou por apontar, na véspera de a França receber a Ucrânia na quinta-feira, num jogo que pode definir o apuramento dos "blues" para o Mundial'2026, caso vençam.

"Se virmos a Ligue 1 e a Ligue 2, e não tenho nada contra os treinadores estrangeiros, mas há muitos cargos ocupados por treinadores estrangeiros. Não lamento isso, mas estou desapontado, porque acho que há muitos treinadores franceses que são capazes, mas que não são necessariamente procurados ou que não têm os cargos que poderiam ter. Isso faz parte dos meus colegas. Mas, sendo realista, as estatísticas estão aí e não são bonitas. Isso, para mim, não põe em causa a qualidade das pessoas que não estão em funções, mas que poderiam estar em funções. Certamente que há muitas coisas a melhorar para inverter esta tendência"; completou Deschamps.

Refira-se que entre os técnicos estrangeiros na Ligue 1 estão os portugueses Paulo Fonseca (Lyon) e Luís Castro (Nantes).

Alexandre Dionísio