Futebol Feminino

"O Clube de Albergaria é um emblema com muita história"

Jéssica Gonçalves João Vieira

Jéssica Gonçalves, capitã da formação de Abeiro, reconhece a O JOGO que era necessária uma "nova energia" após a descida e assegura que essa mudança já se sente dentro e fora de campo.

Um ano depois da despromoção, o Clube de Albergaria reencontrou a sua identidade. A formação aveirense vive uma temporada de renovação, marcada por um novo grupo, uma energia diferente e um objetivo: regressar rapidamente à Liga BPI. Atualmente no segundo lugar da Série A da II Divisão Nacional, o emblema histórico quer recuperar o espaço que sempre sentiu ser seu. "O projeto passa por criar uma equipa capaz de defrontar qualquer adversário olhos nos olhos. Nesta primeira fase, queremos ficar entre os quatro primeiros para garantir o apuramento de campeão e, depois, continuarmos a ser o mais competitivas possível, lutando por uma subida de divisão", explica Jéssica Gonçalves, capitã da equipa.

A defesa de 21 anos chegou esta temporada ao Clube de Albergaria, vinda do Rio Ave, e rapidamente se impôs. A O JOGO, fala sobre a transformação que o clube atravessa. "Transitaram poucas jogadoras do ano passado e isso acabou por ser algo fundamental. O clube precisava de uma renovação e de uma nova energia para voltar ao lugar onde merece estar. É uma instituição com muita história e todas nós o sabemos, por isso fazemos questão de demonstrar essa responsabilidade dentro de campo e representar o clube da melhor forma possível", diz.

Assumir a braçadeira de capitã logo no primeiro ano foi um desafio que Jéssica Gonçalves abraçou de forma decidida. "É uma enorme responsabilidade, sobretudo depois da época difícil que o clube viveu", admite. "Aceitei este projeto porque sou ambiciosa e acredito que posso ajudar o clube. É a oportunidade de contribuir para a história de uma instituição que valoriza o trabalho, o espírito de equipa e o esforço coletivo. No fundo, quero retribuir a confiança que depositaram em mim."

Apesar da juventude, a jogadora portuense tem assumido responsabilidades em diferentes funções dentro de campo. "Tive de me adaptar a uma posição diferente, mas penso que estou a corresponder ao que é pedido. Sempre acreditei que, seja em que posição for, se for para ajudar a equipa, vou procurar adaptar-me da melhor forma possível", garante. Quanto ao futuro, prefere não fazer muitos planos. "O que torna o futebol tão contagiante é a sua imprevisibilidade. Prefiro focar-me nas coisas que posso controlar. Espero poder ter o prazer e a alegria de ajudar o Clube de Albergaria a regressar à Liga BPI, porque é um clube histórico, com raízes humildes e isso é o que mais admiro", confessa a jogadora, totalista da equipa treinada por Mario Ortiz.

João Fernando Vieira