Arranca sábado mais uma edição da Liga Placard. Para Arnaldo Pereira, antigo capitão da Seleção, os favoritos são os três do costume, com minhotos em destaque num ponto
A Liga Placard 2025/26 arranca já no sábado, dia 6, com o duelo entre Leões Porto Salvo e Fundão (19h00), dois históricos que prometem abrir a temporada em alta rotação. Na última época, o Benfica foi campeão e parte novamente no lote de principais candidatos, ao lado de outros dois: Sporting e Braga. O campeonato conta este ano com duas novidades, Famalicão e Rio Ave, que subiram ao escalão principal.
Para lançar a nova edição, O JOGO falou com Arnaldo Pereira, uma das maiores referências do futsal português. Antigo internacional, com 208 jogos e 98 golos pela Seleção A, espalhou talento por Portugal, Espanha, Itália, Letónia e Inglaterra, conquistou 34 troféus e deixou uma marca indiscutível. Hoje, vê a modalidade de fora, mas com a mesma paixão de sempre. Sem rodeios, aponta os grandes favoritos. “Benfica, Sporting e Braga vão lutar pelo troféu. Depois há equipas, como Leões de Porto Salvo, Eléctrico e Fundão, que costumam andar nos lugares de cima e no play-off. Tenho alguma curiosidade para ver o que fazem o Famalicão e o Rio Ave. Subiram este ano, mas têm plantéis interessantes e bons treinadores. Podem surpreender, para o bem ou para o mal”, garante.
O olhar sobre o mercado não deixa dúvidas. “O Benfica foi buscar o Pany Varela, e isso diz tudo; tem ambições europeias. O Sporting também contratou bons jogadores e quer voltar a levantar troféus. Mas, para mim, foi o Braga quem se mexeu melhor e fez o mercado mais interessante”. Já sobre a aposta na formação, deixa uma nota crítica. “Há uma aposta nos jovens da formação, mas podia ser ainda maior. Vemos que Sporting, Benfica e Caxinas têm lançado jogadores, mas outras equipas também deviam aproveitar melhor os miúdos, há muita qualidade por aí”.
Uma liga cada vez mais profissional
Quem jogou mais de duas décadas ao mais alto nível sabe medir o pulso à evolução da competição. “No meu tempo quase não havia profissionais. Viajávamos no próprio dia do jogo e voltávamos logo a seguir. Agora é tudo diferente: estágios, análises de vídeo, planeamento. O crescimento tem sido enorme e hoje há condições que antes não existiam”, admite. Na transformação do jogo, os treinadores foram peças centrais. “O Jorge Braz é, para mim, o melhor treinador do mundo. O que ele fez e continua a fazer pelo futsal português é incrível. E depois temos o Joel Rocha, o Nuno Dias, o Kitó Ferreira… todos eles foram muito importantes neste crescimento”.
Bancadas cheias, liga valorizada
Com o arranque à porta, Arnaldo Pereira lança o mote. “Temos uma liga cada vez mais competitiva e profissional. Vai ser uma época de alto nível, imprevisível”, e o ambiente nos pavilhões é outro fator que valoriza a competição. “Os pavilhões estão cheios, os jogos passam na televisão e isso mostra o poder da nossa liga, que é uma das melhores do planeta. O apoio dos adeptos é fundamental”, remata.
Jovens a ter em conta
Atento ao futuro, Arnaldo não esconde entusiasmo com a nova geração. “Há muitos pivôs de qualidade que vão estar em evidência. O Francisco Silva, do Rio Ave, o Tomás Bento, do Ferreira do Zêzere, e o Andriy Dzyalo, do Leões, vão dar que falar. Depois há alas como o Renato Almeida, do Elétrico, e também os miúdos do Caxinas. No Benfica, para mim, Kutchy vai afirmar-se, é um jogador muito completo e gosto bastante dele”, destacou.