FC Porto

Sérgio Conceição "libertou" a equipa no intervalo do FC Porto-Casa Pia

Conceição teve uma intervenção contundente perante o grupo no intervalo do jogo com o Casa Pia Ivan Del Val/Global Imagens

Intervalo de 22 minutos serviu para o treinador apontar erros, pedir mais eficácia na tomada de decisão e retirar pressão ao grupo

O FC Porto não escapará a (mais) uma multa do CD da FPF pelo atraso no regresso dos balneários no intervalo do jogo com o Casa Pia, mas esta será daquelas que os dragões menos se importarão de pagar, tendo em conta o efeito que esse longo período de descanso teve na equipa.

Os 22 minutos volvidos entre o apito final da primeira parte e o de início da segunda levantaram questões sobre o teor da conversa de Sérgio Conceição com a equipa, mas, de acordo com informações recolhidas por O JOGO, a intervenção do treinador não foi assim tão longa quanto se possa imaginar. Teve, porém, o condão de transfigurar os jogadores, que passaram alguns instantes a meditar e a recuperar o fôlego antes de serem confrontados por Conceição com os muitos erros cometidos na etapa inicial. Entre outras considerações táticas de pormenor que o próprio também não quis esclarecer no pós-jogo, o técnico portista sublinhou depois que teriam de ser mais incisivos e eficazes na tomada de decisão no último terço do terreno e acabou com um apelo para que se soltassem assim que a bola começasse a rolar.

A reviravolta no resultado (2-1), que era desfavorável quando Manuel Oliveira deu indicação para o intervalo (0-1), é a face mais visível da metamorfose do FC Porto, que fez mais nesses 45 minutos do que na totalidade dos cinco jogos anteriores. Com a ajuda das estatísticas recolhidas pela "Opta" é fácil perceber que, só na segunda parte do jogo com o Casa Pia, os dragões tiveram 69% de posse de bola, realizaram 17 remates - dez dos quais à baliza -, conquistaram sete cantos e criaram cinco grandes ocasiões de golos. Em 90 minutos com o Arouca, por exemplo, controlaram a bola em 57 por cento do tempo, dispararam 14 vezes - cinco no alvo -, ganharam oito cantos e dispuseram de três oportunidades claras para marcar. Conceição só espera que a atitude no segundo tempo com os casapianos seja repetida nos três jogos que restam até ao final da época: Famalicão, V. Guimarães e Braga.

Bruno Filipe Monteiro