Nos oitavos de final, é agora esperado um encontro "escaldante" frente a Nick Kyrgios, depois do australiano, número 25 mundial, ter levado a melhor sobre o norte-americano J.J. Wolf (87.º ATP), por 6-4, 6-2 e 6-2, em uma hora e 54 minutos
A norte-americana Serena Williams despediu-se do Open dos Estados Unidos, último "major" da temporada, com uma derrota no último encontro da carreira, numa jornada que viu o campeão em título, Daniil Medvedev, seguir rumo aos oitavos-de-final.
A poucas semanas de celebrar o seu 41.º aniversário, Serena Williams "dançou pela última vez" num lotado Arthur Ashe Stadium, em Nova Iorque, onde se aguentou durante três horas e cinco minutos e sobreviveu a cinco "match points", mas acabou derrotada pela australiana Ajla Tomljanovic, com os parciais de 7-5, 6-7 (4-7) e 6-1.
A atual 46.ª colocada do "ranking" WTA e quartofinalista este ano em Wimbledon, defrontou a antiga número um mundial, pela primeira vez, a viver a melhor fase da sua carreira, com 15 vitórias nos últimos 19 encontros, e foi quase sempre a tenista mais dominante, selando o triunfo assente em oito quebras de serviço, a que se juntou algum desacerto da adversária, estampado em 51 erros não forçados.
Naquela que será a sua primeira presença em oitavos de final no quarto torneio do Grand Slam da temporada, a jogadora dos Antípodas vai agora defrontar a russa Liudmila Samsonova (35.ª WTA), vencedora em dois sets, por 6-3 e 6-3, sobre a sérvia de origem moscovita, Aleksandra Krunic (96.ª).
Já Serena Williams, que curiosamente só havia perdido uma vez na terceira ronda em Nova Iorque, ano da sua estreia em 1998, frente à romena Irina Spirlea, fechou assim uma carreira cintilante, num palco que a consagrou por seis vezes como campeã individual, de um total de 23 títulos de singulares em provas do Grand Slam, ficando a um troféu da marca histórica de Margaret Court (24).
"Foi uma viagem divertida, a mais incrível jornada da minha vida, e agradeço a todos os que estão aqui e que estiveram ao meu lado durante tantos anos, décadas, literalmente décadas. Tudo começou com os meus pais, merecem tudo e sou grata por tê-los. E não seria a Serena, se não fosse a Venus. Obrigado Venus, a única razão para a Serena ter existido", confessou em lágrimas a antiga líder mundial.
O reconhecimento pelos seus pares foi igualmente unânime, após concluir-se um percurso ímpar e inspirador, no qual a mais nova das irmãs Williams venceu 367 encontros individuais em torneios do Grand Slam, com sete troféus no Open da Austrália e Wimbledon, três em Roland Garros e meia dúzia no Open dos Estados Unidos.
"O que ela fez por mim, pelo ténis, é incrível. Lembro-me tão bem de a ver jogar essas finais quando era criança. Tudo isto é surreal. Ela mostrou-nos sempre que nenhum sonho é grande demais para ser alcançado. Não interessa de onde vimos, as circunstâncias em que vivemos, podemos fazer o que quisermos se acreditarmos em nós", reconheceu Tomljanovic, depois da vitória.
Ainda na competição feminina, a última jornada despediu-se igualmente da antiga campeã de 2019, com a canadiana Bianca Andreescu (48.ª WTA) a ceder, com os parciais de 6-3 e 6-2, frente a Caroline Garcia (17.ª). A francesa vai medir forças agora com a norte-americana Alison Riske-Amritraj (29.ª), vencedora sobre a chinesa Xiyu Wang (75.ª) em tês parciais, por 6-4, 3-6 e 6-4.
No que respeita ao quadro masculino, o líder do "ranking" ATP e campeão em título, Daniil Medvedev, parece determinado em confirmar as suas credenciais de melhor jogador do mundo, assinando mais um triunfo fácil, desta vez sobre o surpreendente chinês Wu Yibing (174.º ATP), carrasco do português Nuno Borges, em três sets apenas com parciais de 6-4, 6-2 e 6-2.
"Joguei um grande encontro, pois o nível foi muito elevado. Servi um pouco melhor do que ele, apesar de alguns jogos mais equilibrados, e penso que essa foi a chave para a vitória", explicou o moscovita, que continua sem perder qualquer set no torneio e fechou o embate com 12 ases e 71 por cento de pontos ganhos no primeiro serviço (41 em 58), em uma hora e 55 minutos.
Nos oitavos de final, é agora esperado um encontro "escaldante" frente a Nick Kyrgios, depois do australiano, número 25 mundial, ter levado a melhor sobre o norte-americano J.J. Wolf (87.º ATP), por 6-4, 6-2 e 6-2, em uma hora e 54 minutos, num encontro amplamente dominado em termos estatísticos pelo vice-campeão de Wimbledon, destacando-se os 21 ases assinados.
O duelo que se segue com Medvedev será o terceiro entre ambos esta temporada. Kyrgios ganhou recentemente na segunda ronda do ATP Masters 1000 de Montreal, vingando assim o desaire que o russo havia imposto também na segunda jornada do Open da Austrália.