[ENTREVISTA PARTE 3] De forma surpreendente, quando tinha 31 anos, foi disputado por Benfica e FC Porto
Quando se destacou na Académica, Ricardo Nunes assinou pelo FC Porto, mas poderia ter ido parar ao Benfica. Os dragões foram mais rápidos.
Como foi chegar ao FC Porto?
-Foi o concretizar de um sonho. Nunca pensei chegar a um grande aos 31 anos. Tinha bastantes clubes interessados, incluindo o Benfica, mas optei pelo FC Porto. As primeiras negociações foram com o Benfica, mas as coisas foram-se arrastando e, entretanto, o FC Porto entrou na jogada. Nem foi por uma questão clubística. Estava mais perto de casa, o FC Porto sempre foi o clube pelo qual tinha mais simpatia e foi muito mais eficaz na abordagem.
Acabou por não ter muitas oportunidades...
-Sou contratado e ainda não sabia quem seria o treinador. Quando soube que era o Lopetegui, percebi que teria tempos complicados, por ter vindo da Académica a custo zero e com 31 anos. O Helton estava a recuperar de uma lesão; era o Fabiano e eu, e depois ele foi buscar o Andrés Fernández ao Granada. Se tem vindo um treinador português que conhecesse o nosso campeonato, se calhar iria ter um destino diferente. Acabei por jogar pela equipa B para manter a forma, onde gostei muito de trabalhar com o Luís Castro, que foi uma pessoa importante a nível psicológico.
GENES DA BOLA
"Quim Brasileiro" foi referência
O futebol vem do berço e das raízes, tendo no pai, o antigo central "Quim Brasileiro", a maior referência. Começou no Varzim e foi um ídolo no clube, representando ainda ao longo da carreira clubes como o Braga, Gil Vicente, Leixões e Marítimo.
Os tios singraram num nível alto
Formados no Varzim, os tios Dias Graça, que chegou a guarda-redes do Benfica, e Vitoriano Ramos, que representou o FC Porto e hoje trabalha na equipa técnica dos poveiros, são outros casos de sucesso no futebol e foram fontes de inspiração para Ricardo Nunes.
Os primos Luís Neto e Francisco Ramos
Os primos Francisco Ramos (Santa Clara) e Luís Neto (Sporting) estão "a fazer grandes carreiras". Ricardo Nunes chegou a jogar com Francisco Ramos na equipa B do FC Porto e foram colegas de quarto. Ou seja, não faltam exemplos nesta grande família de poveiros futebolistas. O Varzim é um amor transversal a todos, e Ricardo não engana pela forma como se refere ao "clube do coração".