Uma ideia deixada clara em comunicado.
Os órgãos sociais do Aves ponderam intervir na gestão da sociedade liderada pelo chinês Wei Zhao, face ao incumprimento salarial do último classificado da I Liga. "Temos vindo a acompanhar, a apurar e a analisar os diversos problemas existentes, numa postura cooperante e disponível, mas não colocamos de parte uma intervenção direta na SAD, fazendo uso das prerrogativas contratuais existentes, caso o acionista maioritário e os administradores executivos não adotem medidas urgentes, concretas e eficazes", lê-se num comunicado da direção avense, presidida por Armando Silva.
A formação do concelho de Santo Tirso falhou a regularização dos ordenados referentes ao período entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, após um prazo adicional de 15 dias indicado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), que remeteu o assunto para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
"O Clube Desportivo das Aves manifesta novamente a sua grande preocupação relativamente à situação que a Aves SAD atravessa, designadamente na evolução do dossier relativo à certificação salarial perante a Liga Portugal", prossegue a nota.
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A administração liderada pelo chinês Wei Zhao justificou as dívidas aos atletas e treinadores com a paralisação da atividade económica na China, motivada pela pandemia de covid-19, podendo os avenses incorrerem numa perda de dois a cinco pontos, face aos 13 que somaram em 24 jornadas, nove abaixo da linha de despromoção. "Reitera-se ainda que o Clube Desportivo das Aves, cumprindo a sua tradição histórica de que muito se orgulha, tem todas as suas obrigações em dia nas suas mais variadas vertentes (futebol de formação, futsal e voleibol), não se revendo minimamente nesta situação em que a Aves SAD se encontra", terminam os órgãos sociais.
Em 18 de março, a LPFP notificou seis SAD, duas de clubes da I Liga e quatro da II Liga, para demonstrarem o cumprimento salarial dos últimos três meses no prazo de 15 dias.
Os primodivisionários Boavista e Aves e os secundários Vilafranquense, Cova da Piedade, Académica e Leixões foram os emblemas notificados, sendo o 18.º e último colocado do principal escalão o único que falhou o prazo de 15 dias e não demonstrou ter a situação salarial regularizada.