Internacional portuguesa, Mafalda Marujo, avançada do Amora, decidiu conter-se nos festejos diante do Pescadores e explica os motivos a O JOGO
Candidato à subida de divisão, o Amora alcançou uma goleada por números pouco comuns. A jogar em casa, o emblema da Margem Sul derrotou o Pescadores por 31-0 e Mafalda Marujo ultrapassou, imagine-se, a dezena de golos. A capitã do Amora terminou a partida com 13 tiros certeiros, superando o anterior recorde pessoal (10 golos pelo Futebol Benfica). "Durante o jogo perdi a conta aos golos que tinha marcado e aos que a equipa tinha. Não tinha mesmo ideia e no final perguntaram-me e isso e respondi que tinha marcado uns seis ou sete...", conta Mafalda Marujo a O JOGO.
A avançada costuma celebrar com saltos mortais, mas desta vez não foi assim. "Se marcar um golo mais decisivo que dê a vitória, faço um mortal, mas desta vez não festejei muito. Não quis que interpretassem essa situação como motivo de gozo para o adversário. Jogámos apenas de maneira séria, como fazemos sempre", sublinha, confirmando que há um "desnível grande" entre as formações que alinham no segundo escalão. "No ano passado, era com o Benfica... Já tínhamos ganho por 16-0 na casa delas. As miúdas não têm culpa, mas provavelmente a estrutura do Pescadores não está direcionada para tentar aproximar a sua equipa de outro patamar. Não somos profissionais, mas temos outra mentalidade e outra bagagem. Algumas de nós jogaram na primeira divisão e estamos focadas em ajudar o Amora a subir de divisão. Claro que nestes jogos perde-se um bocadinho a motivação", diz a capitã de equipa, assumindo que uma das metas era bater o triunfo do Benfica, que em 2018/19, venceu a CP Pego por 32-0.
Mafalda Marujo, que também é militar, esteve no Fofó, mas não hesitou em deixar a I divisão pela segundo escalão. "As equipas da segunda divisão estão a apostar mais do que na primeira. Por exemplo, o Fofó já ganhou o que ganhou e devia apsotar mais. As jogadoras que estão na I divisão vão para a segunda porque veem que não há aposta nas jogadoras portuguesas. O Amora tem um projeto que me aliciou. Nunca subi de divisão, nem nunca fui campeã na II divisão. No Amora, tem um campo só para nós. Vim para o Amora pelas condições que nos dão, empenho do presidente, diretores e pelo trabalho que os treinadores estão a implementar. Também posso ganhar uma Taça da AF Setúbal, algo que nunca ganhei", explica a internacional portuguesa.
A Taça de Portugal também está na mira e no próximo fim de semana, o Amora defronta o Meirinhas. "Se passarmos aos oitavos, fazemos história pelo Amora, que nunca esteve nessa fase. Tenho os pés assentes na terra e sei que o Amora dificilmente estará na final, onde também já estive. Sei que já estamos a fazer história e chegando à segunda fase do campeonato, sei que haverá mais equilíbrio e vai dar-nos mais gozo", afirma.
Aos 28 anos, Mafalda Marujo encara com agrado uma eventual chamada à Seleção e tem metas bem definidas. "A nível de golos, já é a minha melhor época. Em termos de campeonato, tenho 31 golos e quero ultrapassar os 50. Tendo em conta que estamos inseridas em três competições, quero terminar a época com mais de 100 golos", revela.