Taça de Portugal

Lourosa quer chegar ao Jamor e Famalicão "é o jogo de uma vida"

Lourosa é líder da série B do Campeonato de Portugal Tony Dias/Global Imagens

A terceira eliminatória da prova-rainha junta dois líderes, de escalões diferentes. O Lourosa vai atacar o sonho de ser surpresa na prova, sabendo que o rival vai pôr "a carne toda no assador"

Em Lourosa, o ritmo segue inalterado. O próximo jogo é o da Taça, e o rival é o primeiro classificado da I Liga, mas isso não mexe com o moral do grupo.

É que se o Famalicão tem como lema #amordeperdição, o Lourosa apregoa #fortepaixão. E é com essa paixão que se prepara o embate entre o líder do maior campeonato português e o comandante da série B do Campeonato de Portugal.

"O Famalicão já defrontou vários adversários. Agora, vai defrontar um oponente muito forte: o Lusitânia de Lourosa", garantiu Hugo Mendes, presidente do Lourosa, que não esconde a ambição - há alguns dias tinha dito a O JOGO que queria subir de divisão e chegar ao Jamor.

"Quando temos a ambição de chegar ao mais alto patamar desta competição, temos de eliminar vários adversários. Agora ou mais à frente, temos de enfrentar os bons. Acredito no valor do plantel e na equipa técnica", completou.

O sonho do presidente encontra reforço no treinador Rui Quinta, que quer manter a matriz e alegria da equipa.

"Tudo é possível, ainda para mais no futebol, que nos habituou a que as coisas sejam possíveis. É o Famalicão, mas até podia ser o último classificado da I Liga que era exatamente a mesma coisa. Vamos lá estar - na eliminatória - e isso é importante. Preparamos a nossa equipa para enfrentar qualquer adversário, em qualquer lado, com a ambição de vencer. Não faz sentido adulterar a nossa forma de jogar em função do adversário, que sabemos que é melhor", afirmou o treinador.

Rui Quinta gosta de ver jogar o adversário deste domingo. Hugo Mendes dá-lhes o favoritismo na terceira eliminatória da Taça, mas nenhum dos dois perde brilho nos olhos e a ambição nas palavras.

"O Famalicão sabe que vamos ser um osso duro de roer. Não vêm cá a poupar jogadores. Vão pôr a carne toda no assador. Nós temos de mostrar o nosso valor. É o jogo de uma vida, não se pode voltar atrás", incitou o presidente.

No relvado, o sonho da estrutura gera sorrisos nos jogadores e velocidade nas pernas durante o treino.

Em português é que o plantel se entende

Num campeonato que, cada vez mais, serve de trampolim para atletas estrangeiros, o Lourosa aposta em jogadores nacionais, sete deles com experiência na I Liga.

Dos 22 jogadores inscritos, 19 são portugueses e dois são brasileiros. Goba Zakpa é o único com língua materna diferente, mas o costa-marfinense está em Portugal desde 2010, pelo que domina a língua. Também a equipa técnica de Rui Quinta é toda "made in Portugal".

Paixão vai encher o estádio

Imagens do estádio do Lourosa repleto não são novidade para quem acompanha o futebol. O recinto tem uma ocupação média superior aos dois mil espectadores. As pessoas da cidade vivem intensamente o clube, que os acarinha.

Na bancada destinada à claque é visível os nomes dos diferentes lugares da cidade, num claro sinal de que todos têm lugar no coração do clube. É uma relação de dádiva recíproca.

"Jogamos em nossa casa, com a nossa massa adepta, que nos apoia sempre. Vamos ter um bom ambiente de futebol. Vai ser um ambiente inesquecível e um bom jogo. O futebol vive de paixão dos adeptos e ambos os clubes têm adeptos fervorosos e motivados", classificou Hugo Mendes, para quem a "energia do adepto a acreditar é contagiante para os jogadores".

Os bilhetes foram disponibilizados na quarta-feira pela Federação Portuguesa de Futebol e colocados à venda à tarde, para desconsolo de muitos sócios que já na véspera tinham ido à loja do clube à procura de ingressos. Até amanhã, sexta-feira, às 19h00, a venda é exclusiva a sócios do Lourosa, sendo que cada um pode ainda adquirir dois bilhetes para o público geral.

Cláudia Oliveira