Goleador dos sub-23 é um fã de CR7 que se revê em... Ibrahimovic e Slimani. Depois dos 18 golos em 2018/19 pelos sub-23, bate no escudo em jura de amor e olha o futuro.
Pedro Mendes, aos 19 anos, tem números de craque que promete melhorar na temporada que aí vem, seja de leão ao peito ou num possível empréstimo. Época da segunda equipa é positiva, mas... podia-se pedir mais. Minhoto de gema, avançado apresenta-se com discurso leve, mas ambicioso.
Primeira ano de sénior: 18 golos e 17 assistências. Esperava que fosse assim?
- No início da época não, porque não era opção, mas aos poucos comecei a entrar em jogo e, a partir do primeiro golo, as coisas começaram a sair.
O prémio de artilheiro da Liga Revelação, que ficou a três golos, caía-lhe bem?
- Claro que sim, mas houve jogadores que marcaram mais golos. É mais do que justo.
Se tivesse de destacar três golos, quais seriam?
- O primeiro é, sem dúvida, o que marquei em Alvalade ao Benfica, na última jornada da Liga Revelação. Não pela qualidade do golo, mas pelo sentimento, pelos adeptos, por ser onde foi; em segundo, o primeiro, contra a Académica [4.ª jornada], pois permitiu que pudesse marcar todos os outros; por último, o que marquei ao Marítimo, [11.ª jornada], mais acrobático...
O Sporting até lhe chamou Ibrahimovic nas redes...
- Gostei dessa comparação [risos]; gostei porque me revejo nele, é um ídolo - desejo seguir alguns dos seus passos.
Tem 19 anos, faz 20 em agosto... Como perspetiva a próxima época: cimentar ideias nos sub-23 ou ser alvo de um empréstimo?
- Sinto-me preparado para dar o próximo passo - e se esse passo fosse no Sporting, melhor ainda. A Liga Revelação é uma plataforma muito boa, mas um empréstimo também seria positivo, até para experimentar outras coisas, outras provas e outro ritmo de jogo.
Para quem não o conhece: quem é e como o futebol entra na sua vida?
- Entra aos seis anos. Pelo meu pai talvez não teria entrado, pois ele é muito ligado às motas. Levava-me a ver corridas, de monte, de estrada, que era o que ele praticava. Gostava, mas preferia ter uma bola nos pés. Ele fez-me a vontade, colocou-me no V. Guimarães, perto de casa, passei lá 10 anos e saí para o Moreirense.
O Moreirense ganha a Taça da Liga em 2016/17, não joga, mas está nos festejos. Quer explicar porquê?
- Fui convocado para o jogo da fase de grupos, contra o FC Porto, mas acabei por ser o 19.º jogador. Também fui convocado para a final-four, disputada no Algarve. Estive presente e também fui receber a taça.
Como surge o Sporting?
- Em 2017: jogar no Sporting é uma proposta irrecusável.
Referência e modelo?
- A maior de todas as minhas referências é Cristiano Ronaldo; assemelho-me a Ibrahimovic - se calhar defendo melhor [risos]. Olhando para o passado do Sporting, talvez me pareça com o Slimani.
Pode prometer muitos golos em Alvalade?
- Sim, prometo isso!
Coletivamente: segundo lugar na liga e meias-finais da Taça. Podia pedir-se mais?
- É uma época positiva, mas pode-se sempre pedir mais. Somos o Sporting e e tínhamos de ganhar a Liga e a Taça Revelação. As coisas não correram como esperávamos, mas sim, houve condicionantes, alguns jogadores saíram e outros estiveram lesionados.
Usou as redes socais para criticar a sua ausência dos convocados para o Mundial de sub-20. Hoje, a frio, voltaria a fazer a mesma coisa?
- As palavras não foram as mais corretas. Penso que foi o meu crer, a minha ambição, sem querer prejudicar ninguém - porque acho que merecia estar lá. Trabalhei para isso o ano todo. Espero, ainda assim, estar presente numa próxima oportunidade.
Mas sente que está esquecido nas seleções jovens? Tem cinco jogos pelos sub-18.
- Não digo esquecido, porque imagino que devam estar a par de tudo. São opções. Acharam que determinados jogadores poderiam dar mais à seleção de sub-20. Compreendo e resta-me esperar por uma chance.
E como vê, por exemplo, Keizer os mais jovens?
- É muito bom e uma motivação para os jogadores ver que há um treinador que aposta na formação. Todos querem chegar à equipa principal e serem treinados por ele. Não é um objetivo apenas meu.
Formação em crise?
Somos os melhores, isso é só inveja"
Um contundente não de Pedro Mendes quando O JOGO o questionou sobre, tal como se propalou nos bastidores, a existência de uma eventual crise na formação leonina. "Temos tanto valor como os outros e quem diz que estamos em crise quer apenas deitar-nos abaixo, pois não conseguem fazer o que nós conseguimos. Esta é a melhor academia do mundo. Daí essa inveja", atirou, assumindo ter acusado alguma pressão quando lhe disseram que o dérbi de sub-23 contra o Benfica seria... em Alvalade: "Uma coisa é dizer, outra entrar lá. Foi aí que senti essa pressão... aliás, adrenalina. Eram três mil adeptos. Espero, um dia, poder jogar perante 40 mil!"