Técnico holandês não tem tantas vitórias, em média, como as de Jorge Jesus nas três últimas épocas, mas também não perde tanto. Ainda pode conquistar dois troféus.
Após o dérbi que colocou o Sporting na segunda final da época, Marcel Keizer comanda, a partir das 20h00 de amanhã, diante do Rio Ave, a equipa de Alvalade pela 30.ª ocasião.
Depois de assumir o cargo com a campanha em curso e o grupo a recuperar de um final de época pouco menos que trágico e um arranque de época algo titubeante, o holandês liderou os leões para um início fulgurante, perdeu gás nos primeiros meses de 2019, mas parece apostado em trilhar o caminho da retoma.
À boleia do registo redondo atingido na receção aos homens de Vila do Conde, O JOGO fez as contas e chegou à conclusão de que os números de Keizer não diferem muito dos de Jorge Jesus, o técnico que comandou a equipa de Alvalade nas últimas três épocas.
Se, em termos absolutos, não há como comparar os 30 jogos que Keizer completa diante do Rio Ave com os 154 disputados sob o comando de Jesus, a análise dos dados dos dois treinadores dá para retirar várias conclusões: o Sporting, com o português ao leme, conseguia mais vitórias, com uma vantagem de 1,63% face ao registo atual; com o holandês, tem menos 2,88% de derrotas, como se pode constatar no quadro nesta página. Apesar da cadência marcadamente mais ofensiva sob o comando de Keizer - que liberta, inclusive, Bruno Fernandes para o melhor registo da carreira (ver rodapé) -, consubstanciada no registo de golos marcados (mais 0,3 por jogo do que com Jesus) e sofridos (mais 0,1), o atual Sporting não vence tanto como o registo médio nos três anos sob a orientação do português, nem perde tanto.
Keizer, recorde-se, arrancou com sete triunfos consecutivos, seguindo-se uma série de 17 jogos com resultados a oscilar entre vitórias (seis), empates (outros tantos) e derrotas (cinco). Atualmente, o Sporting comandado pelo técnico holandês cumpre uma sequência de cinco triunfos e, depois de conquistar a Taça da Liga e garantir presença no Jamor, tem via aberta para conseguir o que Jorge Jesus não logrou: vencer duas provas na mesma época.
Holandês extrai o máximo de Bruno
bbb É o homem do momento e está longe de ser por acaso. Além dos atributos técnicos, táticos e físicos que lhe permitem figurar em 11 tabelas "top 5" dos rankings da Liga, como O JOGO discriminou na sua edição de ontem (em vertentes tão abrangentes como remates, golos, assistências, cruzamentos, passes em profundidade ou receção dos mesmos, passes-chave ou para o último terço), Bruno Fernandes beneficia ainda da cadência ofensiva imposta por Keizer. Como se pode constatar ao lado, a participação do 8 nos golos marcados pela equipa, seja a finalizar ou a assistir, sobe mais de 10% face ao registo com Jorge Jesus e dispara 20% relativamente ao período que antecedeu o holandês, com Peseiro e Tiago Fernandes.