Henrique Ramos recebeu pedido de desculpa de António Sá: "Se o juiz ler isto, peço que tire deste terror quem teve episódios comigo"
Sócio do FC Porto falou em exclusivo a O JOGO sobre a “Operação Pretoriano”
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Henrique Ramos foi um dos sócios do FC Porto que sofreu agressões na Assembleia Geral Extraordinária, realizada a 13 de novembro, tendo inclusive sido obrigado a abandonar a reunião magna pouco depois de ter feito uma longa intervenção. Quando regressava para o seu lugar foi abordado por outros sócios e um deles, identificado pelo ministério Público, como sendo António José Pinto Moreira de Sá, um dos detidos na “Operação Pretoriano”.
Ontem, à saída do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, o advogado deste arguido deu a entender que existiria um desentendimento anterior entre os dois, que levou à reação do seu cliente.
O JOGO convidou Henrique Ramos a dar a sua versão, garantindo que nunca teve “qualquer episódio de violência” anterior com António Moreira de Sá e até lamenta que este esteja detido por este episódio. “Se ele disse isso ao advogado só mostra que às vezes a máquina de calcular dele dá erro, carrega na raiz quadrada e no multiplicar em simultâneo. É um apaixonado pelo FC Porto. Mas tenho-o em consideração, pois ligou-me e mandou mensagens para pedir desculpa. Não atendi para não alimentar o circo. As desculpas pelos atos irrefletidos dele foram recebidas e desculpadas no meu silêncio com essa atitude humilde dele”, refere Henrique Ramos em exclusivo ao nosso jornal.
“Aliás, queria que eu fosse a um escritório de advogados reunir com ele para ter testemunhas e ficar escrito o pedido de desculpas. Achei que era um delírio, até me ri com a situação. Estava tão arrependido que até queria um contrato assinado como pedido de desculpas. A verdade é que nunca quis e acho desmedido que ele esteja duas noites detido e a passar por toda esta humilhação pública. Revolta-me, isto é misturar a estrada da beira com a beira da estrada”, atira.
Para Ramos, esta “deve ser a primeira vez que alguém empurra alguém e fazem-lhe uma rusga a casa”, o que terá consequências. “Fica duas noites a dormir que nunca mais lhe vão sair da cabeça, nem a eles, nem às famílias. Já para não falar nas relações próximas sejam elas do foro privado ou profissional”, refere Ramos, consciente da profissão do detido. “O António é professor universitário, os alunos pagam propinas e não têm que ficar sem aulas só porque o professor fora do exercício das suas funções empurrou um sócio numa assembleia-geral de um clube de futebol”.
Por isso, não entende que António Moreira de Sá e Tiago Aguiar, “que aparentemente apenas estão lá pelos episódios que tiveram comigo” estejam a “ser enxovalhados” com este episódio que, na sua opinião, deveriam ser resolvidos no clube. “Era mais razoável terem sido chamados a lá ir calmamente prestar depoimento, mas não tenho poder para decidir isso. Embora ache que não seja preciso, porque ainda vem lanchar cá fora, se o juiz ler isto, peço que tire deste terror quem teve episódios comigo. Acho bem que respondam perante o Ministério Público, mas isto eles não merecem”, referiu. “A partir de agora, vamos respeitar a justiça, já disse o que tinha a dizer e não quero contribuir para o processo mediático que é o que a comunicação social está a aproveitar para enlamear o nome do FC Porto”.