Portugal estreia-se no Campeonato da Europa a 14 de junho e, por esta altura, Fernando Santos e a sua equipa técnica preparam já afincadamente os jogos da fase de grupos, mas também com os adversários que podem calhar a seguir
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Será o Fernando Santos a ter a última palavra na escolha dos convocados para o Campeonato da Europa. Em que momentos ou locais toma as suas grandes decisões?
Ouço sempre os meus colaboradores, mas se há uma decisão final que tenho de tomar, preciso de estar sozinho. Às vezes decido quando estou na pesca ou no carro a conduzir.
Na Igreja não?
Não. A igreja é para outras coisas. Falo com Deus, todos os dias, mas Ele tem mais que fazer do que estar a preocupar-se com essas tomadas de decisão. Decido muitas vezes no meu escritório, ponderando tudo muito bem. Posso pedir-Lhe ajuda: "dá-me aqui um bocado de discernimento para eu tomar uma decisão correta". Isso se calhar faço.
Portugal tem jogos amigáveis no final de março e a 14 de junho começa a disputar o Europeu, na França. Como é atualmente o seu dia-a-dia?
Não são todos os dias iguais e estão muito centrados no futebol. Normalmente levanto-me cedo, nunca depois das 9h00. Tomo o pequeno-almoço em casa com a minha mulher e os meus quatro cães: Guti, Scotie, Mancha e Rafa. Dormem connosco no quarto e todos os dias brinco com eles. À segundas e terças-feiras, costumo ver os jogos do fim de semana: saber o que aconteceu, como os jogadores estiveram. Eu e a minha equipa técnica trabalhamos em conjunto. Vejo também os relatórios dos meus colaboradores, eles vão ver muitos jogos em Portugal e no estrangeiro. Nesta fase, já estamos a preparar o trabalho para junho, estamos a ver jogos em catadupa dos adversários da fase de grupos [ndr: Islândia, Áustria e Hungria], mas também dos que pensamos que nos podem vir a sair a seguir. E já tivemos de meter pelo meio os nossos adversários ainda na fase de preparação [ndr: Bulgária, Bélgica e Noruega].
Quantas horas trabalha por dia?
Muitas. Mas não é regular, como num clube em que não tens praticamente tempo e existe sempre pressão. Na Seleção Nacional, existem momentos de pico, incomparavelmente mais intensos. Mas no dia-a-dia, às vezes entro na federação às oito da manhã e estou reunido com a equipa técnica até às seis, sete ou oito da noite. Em outros dias, entro às nove ou às dez, saio para almoçar e depois, à tarde, faço algumas coisas em casa e falo por telefone. Não tenho obrigação de vir à federação todos os dias, mas venho. Está cá sempre alguém da equipa técnica e eu também vou estando.
Qual o papel da sua mulher neste dia-a-dia?
Ela é que segura as pontas. Ela é a base disto tudo.
Em que parte é que ela entra quando faz o planeamento do seu dia?
Esse é o problema dos casais, têm de marcar datas e horas para tudo. A minha mulher está sempre no meu dia. Estamos juntos há 44 anos, 37 dos quais casados.
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