Nenhuma equipa portuguesa lhe fez sombra nesta primeira fase. FC Porto cumpriu, mas nunca sossegou
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Quinze golos, 14 pontos, sequência recorde de jogos internacionais sem derrotas e o primeiro lugar do grupo K, à frente do Wolverhampton jorgemendesiano (hifenizar é que vai ser): o Braga é o grande contribuinte para o regresso da Liga ao top-seis do ranking da UEFA em 2021/22, e talvez fosse boa ideia criar uma recompensa financeira interna para casos como este, que tem efeitos práticos e não meramente reputacionais.
O Braga é uma equipa-armadilha na Liga Europa, daquelas que obrigam as mais ricas a pensarem duas vezes antes de economizarem para os campeonatos internos. Já lhe vimos a versão fase de grupos, já lhe vimos a versão mais confusa na I Liga e agora vamos ver-lhe a versão eliminatórias, sabendo que o estatuto de cabeça-de-série é relativo. Roma, Shakhtar, Rangers, Olympiacos, Leverkusen e Eintracht vão estar no outro pote do sorteio.
O FC Porto também ganha o grupo, mas com uns pobres oito golos marcados, nove sofridos e nem um único jogo sossegado, entre os seis que disputou. Sérgio Conceição assumiu tudo ontem à noite, da falta de eficácia à falta de equilíbrio que foram pontos comuns a toda a primeira fase. O apuramento acaba por sair mais das tripas do que da inteligência ou do talento, como ele disse, de outra maneira.
Foi difícil para o FC Porto lidar com a cavalagem do Rangers e do Young Boys, com a brutalidade calculada do Feyenoord, em Roterdão, e com o jogo fluido dos holandeses, ontem à noite. Pareceu sempre uma equipa em testes, à procura de uma fórmula para o campeonato e de outra para a Europa, às vezes já sem saber qual era qual e mudando demasiados jogadores pelo caminho. Talvez Conceição até mereça sinceros parabéns pelo êxito de um malabarismo tão complexo.