O Benfica nas boxes
Foi na troca de pneus que o FC Porto caiu para segundo lugar na grande corrida. O Benfica vende sobresselentes
Contas feitas: Pizzi e Jonas continuam no Benfica, por enquanto; Mitroglou e Jiménez ainda não foram vendidos e a chegada de Seferovic, ponta de lança internacional suíço, promete que o nível dos perdigueiros do golo se mantenha alto na Luz, suceda o que suceder. O primeiro grande desafio para o Benfica seria a saída de Jonas, que talvez seja um jogador irrepetível, por servir também de atalho tático ao treinador. O segundo seria Pizzi, o tal médio que aguentou meio campeonato com quatro cartões amarelos; imagino que esse esforço tão coletivo seja um indício convincente da importância dele na mecânica de Rui Vitória. Tudo indica que o Benfica escape deste defeso vendendo aparências, não no sentido de que Ederson, Lindelof e Nélson Semedo sejam maus, mas porque é mais fácil encontrar sobresselentes para eles. Há jogadores como Pizzi, como haverá outros semelhantes a Adrien no Sporting: o problema é que não se vai ao mercado comprar (nem vender) um irmão mais velho e é nessa posição tática que ambos jogam. Numa luta como a que existe na liga portuguesa, as renovações são sempre um risco para quem está à frente e uma oportunidade para quem vem atrás. Não foi a comprar jogadores que o Benfica ultrapassou o FC Porto, algures entre 2011 e 2013: foi na resistência a vender (Cardozo, Gaitán, Salvio, Luisão, Maxi) enquanto assistia, sentado, ao desmantelamento do adversário, primeiro Falcao, depois Hulk, a seguir James, Moutinho, Otamendi, Fernando, Jackson Martínez, etc.