Braga sai da Liga com licenciatura
Europa foi tudo menos tempo desperdiçado para a equipa de Abel. O discurso é que descarrila.
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1 - O Braga sai da Liga Europa com uma licenciatura e nota alta, se considerarmos as sete vitórias e só três derrotas em doze jogos, mais o saldo positivo entre golos marcados e sofridos. Estes últimos quinze anos provaram quatro ou cinco vezes que as maratonas europeias são a hormona de crescimento perfeita, pelo menos para as equipas que estão no patamar intermédio, como o Braga. A descrição que Abel faz do Marselha, como oportunidade de aprendizagem, é exata, ao contrário da que ensaiou há uma semana. Jogador a jogador, os franceses não superam o Benfica, nem o FC Porto, ou pelo menos não são "muito superiores", como ele afirmou. Ontem, apesar da boa leitura académica, voltou a descair para um protagonismo desnecessário e oposto àquilo que é suposto pretender. Para quê, e para quem, aquela lição de moral indignada sobre a arbitragem? Era só o que faltava haver também guerras de fações entre treinadores. Ou sequer a sugestão de uma.
2 - O movimento G15, que faria pleno sentido em qualquer outra altura dos últimos vinte anos, talvez deva refletir na séria possibilidade de servir apenas como outro foco de desestabilização num cenário saturado deles. Já saíram de lá algumas ideias amadoras, que depois caíram por simples imposição do bom senso, mas nenhuma como a desta semana. A não ser que a proposta esteja mal explicada (e isso também seria um problema), o projeto de impor um conselho de presidentes que seja "a base da governação" da Liga, ao género "mandamos todos", está para lá do erro. É uma espécie de desmentido da história da humanidade e das organizações. Não acredito que tantos gestores reunidos numa sala (e alguns bons) engendrem uma coisa destas por boa-fé.