JOGO FINAL - Nas últimas semanas, Justiça e Conselho de Arbitragem juntaram-se para convencer mais de metade da população a emigrar
Entre Justiça e Arbitragem, foram duas semanas desgraçadas para os homens de boa-fé, ou até três, se quisermos juntar os recentes (e estranhos) prémios da FPF a um rol de coincidências muito difícil de engolir.
O único árbitro suspenso por este CA de que há conhecimento foi Fábio Veríssimo
No processo e-Toupeira, mais do que acreditar ou não na inocência do Benfica, fica encravada no esófago a confirmação de que o procurador abdicou de interrogar Luís Filipe Vieira, ou seja, de lhe perguntar se sabia o que Paulo Gonçalves andava a fazer, mesmo depois de Vieira ter despertado a lebre ao furtar-se às primeiras convocatórias com desculpas infantis.
A seguir, o Conselho de Arbitragem divulga, mais ou menos por baixo da mesa, um áudio de um videoárbitro (Vasco Santos) a explicar um erro cometido a favor do FC Porto.
Nem seria um problema, não fosse a arbitrariedade desses mea-culpa, que, por azar, tendem sempre a coincidir com os interesses de uma só entidade, numa lista longa que já vem dos tempos em que Bruno de Carvalho se queixava (com factos) das notas dos árbitros que só vinham a público quando penalizavam juízes que tinham prejudicado o Benfica ou beneficiado os concorrentes.
E não são só os mea-culpa. O único árbitro suspenso por este CA de que há conhecimento foi Fábio Veríssimo, depois de uma meia-final da Taça da Liga entre FC Porto e Benfica com um golo mal invalidado a este último (na minha opinião) e um ataque desmesurado de Vieira ao árbitro.
O complicado é que não faço mesmo essa má ideia, nem da justiça, nem do Conselho de Arbitragem, nem da Federação, mas é impossível negar que já parece uma guerra de audiências à moda das televisões atuais, como se as instituições públicas também trabalhassem para agradar a um público-alvo. Essa despreocupação com o que pensam os outros adeptos/cidadãos é uma questão de quota de mercado?
