A hora do juízo
O que o FC Porto tem hoje é um problema prático de futebol jogado.
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O que o FC Porto tem em braços não é uma eliminação da Liga dos Campeões. É uma equipa nova, para as Ligas dos Campeões dos próximos anos, que custou mais de 50 milhões de euros.
A única Liga dos Campeões que ainda é um problema para o FC Porto é a do ano que vem
O resultado com o Krasnodar é catastrófico, mas um resultado catastrófico é sempre uma possibilidade e não pode mudar as trajetórias traçadas com épocas de avanço. As certezas que foram recolhidas durante meses de trabalho não podem ser dúvidas apenas 90 minutos mais tarde, porque, apesar de essa lógica nunca ter vingado no futebol, é muito mais grave, muito mais amador, tomar decisões de 50 milhões e deitá-las fora em hora e meia do que escolher mal um onze decisivo ou falhar um passe que dá golo contra.
O FC Porto pode ter o discurso que quiser. Pode sentir-se perseguido por todos os jornalistas do país (O JOGO incluído, algumas vezes com pretextos absurdos); pode embrulhar-se na guerra à benfiquização; até pode continuar a fazer de todos os seres humanos inimigos só porque sim (e está provado que é um belo caminho). Pode manter todos esses comportamentos que tornam a convivência impossível mesmo com quem tem disponibilidade para tentar perceber os seus pontos de vista. Mas, acima disso, acima dessa ilusão de que a "comunicação" faz golos, tem de estar o profissionalismo do futebol, das contratações, do treino e das soluções práticas para problemas práticos.
A única Liga dos Campeões que ainda é um problema para o FC Porto é a do ano que vem. Os dramas do momento são os golos sofridos e os golos por marcar, que se resolvem com melhores jogadores, melhores opções táticas e melhores treinos. Ou melhor ambiente. No futebol ganha quem pensa primeiro na bola. A de couro.