Regresso à anormalidade
Depois da goleada frente ao Tondela, o Benfica voltou à normalidade das exibições sofríveis e dos resultados comprometedores
Afinal, as notícias da retoma do Benfica eram francamente exageradas. O empate de ontem, frente a um Portimonense que Vítor Oliveira submeteu a oito mexidas em relação ao jogo com o Sporting, deixa os encarnados com um pé fora da Taça da Liga e dependente de resultados de terceiros para poder sonhar com o apuramento. Depois da participação catastrófica na Liga dos Campeões e da eliminação na Taça de Portugal, a Taça da Liga, prova onde o clube até tem tradições, parecia o lugar certo para ganhar balanço para o decisivo dérbi com o Sporting, mas o que se viu foi, mais uma vez, um Benfica taticamente instável, emocionalmente frágil e a atravessar uma enorme crise de confiança.
Perder uma vantagem de dois golos para acabar com o credo na boca, jogando em casa e frente a uma equipa que aproveitou para dar minutos a jogadores que ainda não os tinham tido - Vítor Oliveira destacou os casos de Inácio, Jadson e Ryuki - diz quase tudo sobre o momento que os encarnados atravessam, desmentindo a "boa fase" que Rui Vitória imaginou estar a atravessar depois da goleada que o Tondela permitiu. Salvo uma conjugação de resultados altamente improvável, o Benfica arrisca chegar ao final do ano apenas com o campeonato na agenda e isso implica jogar o dérbi com o Sporting com a corda ainda mais apertada na garganta. Uma situação desconfortável, especialmente considerando a demonstração de força que os leões protagonizaram ontem em Alvalade e a vontade que Jesus terá de estreitar o laço.