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O Sporting, mesmo este Sporting, é uma oportunidade única para José Peseiro cumprir as promessas que deixou na primeira passagem por Alvalade
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A argumentação de Sousa Cintra para justificar a contratação de José Peseiro é sólida. É um treinador português experiente, conhece tão bem as entranhas do clube e a personalidade dos jogadores como as particularidades do campeonato e as características dos adversários. Com este perfil, tal como o presidente em exercício sublinhou, era o único treinador disponível ou, pelo menos, disposto a aceitar o desafio que representa treinar o Sporting na próxima época. Peseiro, como o próprio admitiu, está habituado a assumir projetos complicados, embora a frequência com que o tem feito também o possa definir como uma espécie de último recurso ou eterno interino. A verdade é que depois daquela primeira passagem pelo Sporting, em que quase ganhou o campeonato e quase venceu a Liga Europa, a carreira não tem sido propriamente ascendente, mas também é certo que nunca abdicou de jogar um futebol positivo por onde passou. O Sporting, tal como está neste momento, com todas as dúvidas que envolvem a construção do plantel, é um enorme desafio, mas também uma grande oportunidade, talvez uma das últimas para confirmar as promessas que deixou na primeira passagem por Alvalade. Afinal, tudo o que Peseiro conseguir tirar de positivo do monte de escombros que Bruno de Carvalho deixou para trás será mais do que é justo exigir-lhe. Um típico caso de tudo a ganhar e quase nada a perder ou, por outras palavras, uma proposta irresistível para um treinador cuja carreira nunca fez justiça às respetivas ambições.
