CARA E COROA - À falta de melhor imagem e com um pedido de perdão para os leitores mais sensíveis, Bruno de Carvalho é mais ou menos como uma micose no pé.
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1 - À falta de melhor imagem e com um pedido de perdão para os leitores mais sensíveis, Bruno de Carvalho é mais ou menos como uma micose no pé: pensamos que nos livrámos dela com a pomada que usámos no verão, mas depois chega o inverno e voltamos a sentir aquela coceira incómoda que nos recorda que não foi a lado nenhum. E, como acontece com qualquer micose, coçar só agrava o problema, mas ignorá-lo também não o resolve. É preciso atacá-lo de forma eficaz para eliminá-lo definitivamente. Nesse sentido, talvez a contestação de que Frederico Varandas foi alvo na assembleia geral de sexta-feira por parte de um grupo de apoiantes de Bruno de Carvalho possa ter um efeito profilático, pelo menos se for encarada como um sintoma de um problema que, definitivamente, não está resolvido. No próximo dia 15 há outra assembleia geral, para analisar e votar os recursos aos processos instaurados a Bruno de Carvalho e seus pares, e os sportinguistas, a maioria dos sportinguistas, aqueles que não se reveem na forma populista, trauliteira e irresponsável como o antigo presidente levou o clube ao estado calamitoso em que ainda se encontra, têm uma oportunidade única para deixar claro que não deixam os destinos do Sporting ser determinados por uma minúscula, ainda que populista, trauliteira e irresponsável, minoria que se habituou a desrespeitar os valores da democracia. Ignorar o problema, imaginar que se resolve sozinho, é deixar aquela coceira incómoda crescer até fazer ferida. E mais uma ferida é tudo o que o Sporting não precisa.
2 - Rui Vitória é o novo treinador do Benfica. Sucedeu a si próprio no cargo, mas não é o mesmo. Foi o próprio quem o garantiu, assumindo que há muitas coisas que vão mudar na equipa, tal e qual faria um treinador acabadinho de chegar. Claro que assumir que há coisas para mudar é admitir que há coisas que não estavam bem, o que torna inevitável a pergunta: se não estavam bem, porque não mudaram antes de se tornar um problema tão grande que chegou a pôr em causa a continuidade do técnico? Mas adiante. Ficamos a perceber, então, que o problema do Benfica são os jogadores que chegaram e não perceberam o que é representar o Benfica. Poderiam os alvos da crítica argumentar que não sabem o que é representar o Benfica porque não têm tido grandes oportunidades para aprender: Ferreyra, por exemplo, fez sete dos 22 jogos realizados até agora pelos encarnados e Castillo cinco, sendo que nenhum deles completo. Mas percebe-se que, nas circunstâncias atuais, o treinador opte por blindar-se atrás de um núcleo duro de fiéis devotos, abdicando de perder tempo a tentar evangelizar quem possa ter dúvidas. Como se compreende que adote métodos - 18 convocados apenas - onde todos reconhecemos a assinatura de Jesus. Afinal, se é Jesus que Vieira quer, para quê contrariá-lo? Venha daí esse abraço!
