Consta que em equipa que ganha não se mexe, mas uma que ganha depois de 120 minutos na Champions talvez mereça o estatuto de exceção à regra
Sérgio Conceição explicou a insistência no mesmo onze que bateu a Roma frente ao Feirense com a necessidade de responsabilizar os jogadores, exigindo-lhes o mesmo nível de compromisso da Champions no campeonato, a mesma atitude frente ao 5.º classificado da Serie A e ao último da I Liga. A vitória de ontem acaba por dar razão à opção do treinador, mas não invalida o risco que representou, ampliado pelas circunstâncias do jogo. O FC Porto demorou a entrar no Marcolino de Castro, mesmo depois de a luz estar a funcionar, sofreu a frio um golo caricato, como são quase todos os autogolos, e teve de lidar com sucessivas quebras no ritmo de jogo, forçadas por paragens mais ou menos longas, quando foi atrás do resultado ainda durante o primeiro tempo. Fazê-lo com uma equipa evidentemente esgotada pelo esforço realizado três dias antes explica as dificuldades sentidas na segunda parte para matar o jogo e evitar calafrios. Claro que, tal como o próprio explicou na véspera, Sérgio Conceição conhece o plantel melhor do que ninguém e não faz opções à toa. Mas, deste lado, o que se viu foi um FC Porto espremido até ao tutano, ansioso pelo final do jogo e sem fôlego para jogar o futebol musculado do costume. Um FC Porto a precisar da pausa para as seleções que vem aí para recarregar baterias e enfrentar as finais que lhe restam até ao fim da temporada.
