Um texto de opinião de Joel Neto
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UMA HOMENAGEM
A identidade de um clube
O empréstimo obrigacionista lançado pelo Sporting acabou por revelar-se mais do que uma operação financeira. Foi também um grito de revolta contra a pressão da banca. Foi uma manobra de diversão contra a omnipresença mediática do caso Alcochete. Foi uma manifestação de unidade que atirou para segundo plano (pelo menos momentaneamente) a substituição do treinador. E foi até uma boa oportunidade para ex-capitães desavindos com o clube, ou este com eles (com ou sem justiça), proporem o definitivo restabelecimento da paz.
Tudo isso aconteceu porque Varandas e Salgado Zenha souberam dar a volta a um processo tortuoso, mas sobretudo porque a resiliência, a paixão e a fé - é essa a palavra - dos sócios do Sporting não têm fim. Quantos clubes, depois de tantos anos de má gestão, fracasso e turbulência, ainda estariam sequer na primeira divisão, quanto mais no primeiro quarto da hierarquia nacional? Aquela é uma massa associativa e adepta singular, e isso nem sempre tem sido dito vezes suficientes.
PINTURA DE GUERRA
... pintura de paz
Vou gostar de ver Ronaldo com a cara pintada na próxima jornada da Serie A. Independentemente do que tenha acontecido em Las Vegas, eu sei que ele é contra a violência sobre as mulheres (e os mais frágeis em geral) e que qualquer participação sua no Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres é sentida.
Isso não quer dizer que não tenha cometido um erro, até por imperdoável ignorância. Mas pode ser suficiente para distinguir um homem de um sociopata.
