O clássico de todas as pressões
Seleções, lesões, viagens, desgaste pelos minutos jogados e horas em aviões, a ansiedade pela estreia na Champions. Tudo é peso extra sobre Alvalade. Isso e ainda o jogo do Benfica
Há os jogos depois de paragens do campeonato para compromissos internacionais, há os jogos antes da Liga dos Campeões e depois há um jogo grande, o primeiro desta liga entre candidatos declarados ao título, na extremidade de uma tripla jornada de seleções que deixou treinadores duas semanas sem vários titulares e a anteceder a estreia na Champions de Sporting e FC Porto.
Se juntarmos a isto a indisponibilidade de alguns jogadores que em condições normais estariam nos onzes, bem podemos questionar se sobrou alguma forma de pressão que possa adensar mais ainda a trama do "pré-match" do clássico de hoje... E, no entanto, ela move-se - não a Terra conforme Galileu teve o atrevimento de descobrir, mas sim a bola e tudo o que gravita à volta dela, nomeadamente a disputa da sua posse e a vontade de lhe cumprir o destino, o golo, o meio para o triunfo.
Sim, apesar de todo o drama das ausências e lesões, de toda a trama do cansaço acumulado em relvados sul-americanos ou em ligações aéreas através de vários fusos horários, as dores de pernas, mazelas ou o receio de um "toque" que impeça ouvir o hino da Champions no relvado, hoje haverá um clássico.
Mais ou menos anárquico, escapando ao controlo dos treinadores (mal) habituados a mudar meia equipa num jogo, depois veremos, mas haverá quem o jogue e, provavelmente, boas surpresas entre quem recebeu uma oportunidade nascida dos constrangimentos.
Também haverá uma partida nos Açores, de onde poderá vir um "clima pesado" sobre o clássico, caso o Benfica ganhe e ameace colocar-se a quatro pontos dos dois rivais ou a cinco do que perder. Afinal, sobravam formas de pressão...