Lesão de Adán é um tiro no porta-aviões

Lesão de Adán é um tiro no porta-aviões

No futebol não faltam suplentes que tiveram sucesso ao serem lançados às feras mas Franco Israel é pouco mais que uma incógnita como guarda-redes titular de um candidato ao título.

A lesão de Adán será, nesta altura, das piores notícias desportivas que Rúben Amorim - e por extensão os sportinguistas - poderia receber. Ainda que o discurso de qualquer treinador seja o de não chorar sobre o leite derramado, pondo a tónica na busca de soluções (veja-se o que disse ontem Tozé Marreco sobre a proibição do Tondela inscrever jogadores), estamos a falar da perda de um pilar da reconquista do título pelos leões 19 anos depois, de um dos melhores guarda-redes da liga portuguesa (ganhou o prémio em 2020/21, sucedendo-lhe Diogo Costa) e de mais um "capitão" em campo, dos que lideram pelo exemplo e defesas decisivas.

No Sporting, Adán atingiu os melhores números de uma carreira que só no Bétis, entre 2014 e 2017 e lutando por objetivos bem diferentes, encontra utilização equivalente aos 41 jogos por época de média (45+37) que fez nas duas últimas temporadas pelos leões. Em Alvalade, Adán ganhou quatro dos nove troféus que tem no palmarés e sendo fundamental (não suplente, como no Real Madrid ou At. Madrid), o que traduz bem o seu peso no balneário e no esquema de Amorim.

Ao treinador caberá, como se disse, obviar o problema e a resposta passa pelo recém-chegado Franco Israel e pela esperança de reedição da história do suplente que assume a baliza para não mais a largar, que teve no já referido Diogo Costa, na última época, o enésimo protagonista. Mas se perguntassem ao treinador do Sporting de que jogador estaria disposto a abdicar no arranque da competição, o nome de Adán certamente nem estaria na lista.