Já não existem equipas difíceis
Um comentário do jornalista João Araújo
A Argentina, que desembarcou no Catar com as malas carregadas de expectativas - legítimas -, foi apenas a enésima vítima de um dos pecados nada originais do futebol: o de que um conjunto de grandes jogadores não faz necessariamente uma boa equipa.
Messi e (uma ou outra má) companhia pareciam ir passar a ferro a Arábia Saudita, mas antes disso viram-se atirados para a centrifugadora da combatividade e, mais do que isso, boa organização da equipa orientada por Hervé Renard. Verdadeira raposa - agora do deserto -, o francês, qual Rommel, dispôs as tropas de maneira a atascar a manobra argentina.
No fim de um jogo interminável, em minutos e emoção, as figuras foram batidas pela vontade do coletivo, num futebol onde é missão impossível guardar segredos de jogadores, táticas e jogadas de laboratório.
Não foi a primeira nem a última vez que um candidato perde e acaba por fazer uma boa prova, mas quando se pensa que está tudo inventado, o Mundial faz a sua magia...