Coração e futebol ao pé da boca

Coração e futebol ao pé da boca

Roger Schmidt e Moreno Teixeira defrontam-se hoje na Luz e se há algo garantido é o diferente comportamento na área técnica. Estão, no entanto, mais próximos do que pode parecer.

1 - Schmidt e Moreno serão, provavelmente, dos treinadores do nosso campeonato com comportamentos mais antagónicos na área técnica durante os jogos - contido o do Benfica, expansivo o do Vitória, mesmo não tendo o curso que lhe permite inscrever o seu nome na ficha como técnico principal. O que, aliado à forma como vive os encontros, lhe tem valido e ao clube sucessivas e avultadas multas, como o próprio lembrou na conferência de Imprensa de ontem.

Esta foi, aliás, uma espécie de concentrado do Moreno que é possível ver durante os 90 minutos no banco ou junto à linha lateral só que entre quatro paredes e frente a câmaras, micros e gravadores - gestos e discurso espontâneos e muito gosto em falar de futebol: além da coragem que pretende dos seus jogadores na Luz, explicou que é preciso ter bola e fazer correr o Benfica, cujas qualidades enumerou, da largura e profundidade dada pelos laterais, à chegada dos médios a zonas de finalização, até ao papel de Florentino na reação à perda de bola.

Separado pela tal fleuma atrás referida e por umas horas na presença diante dos jornalistas, Schmidt mostrou o que tem em comum com o adversário de hoje, que mostrou conhecer - explicou como defendem os minhotos, nomeadamente pelo recuo dos avançados no momento defensivo, que a sua equipa irá atacar uma linha de cinco atrás e o desafio que será, em espaços reduzidos, encontrar a via para o golo. Como é bom ouvir falar de futebol...

2 - A primeira convocatória de Roberto Martínez calou a especulação (Rafa, Ronaldo...) e promoveu uma mini renovação que tem a ver com variantes táticas (defesa a três) e não qualquer fim de ciclo. Falta agora estas primeiras impressões positivas passarem para o relvado.