Apenas o Braga recusou dar colinho ao Benfica

Apenas o Braga recusou dar colinho ao Benfica

OPINIÃO - De novo com bom futebol e golos, a equipa de Artur Jorge é a melhor no pós Mundial. Águias viram os outros perseguidores espalharem-se.

Quando João Mário rematou, da marca dos 11 metros, fazendo o 1-0 para o Benfica, em casa, na receção ao Portimonense, parecia que a jornada 15 do campeonato se encaminhava para vir a ser mais um dia normal no futebol português, em que a lei do mais forte prevaleceria de novo e como em tantas outras vezes. Dez minutos depois, novo penálti a favor das águias e essa sensação saiu reforçada. Puro engano! Aursnes, o canivete norueguês de Schmidt - agora a jogar atrás do ponta de lança Gonçalo Ramos - assumiu o pontapé mas não marcou, quem sabe arrombando a caixa de Pandora em que se tornaria esse jogo (uma sucessão de ocasiões perdidas pelo Benfica) e os seguintes de uma ronda que deixou as águias mais confortáveis no poleiro.

Os mais místicos terão, eventualmente, resposta à questão se esse momento de Aursnes foi o bater de asas da borboleta que provocou o tufão que varreria a I Liga, mas aqui fica outra dúvida legítima: compensa jogar antes dos rivais? Dir-se-ia que sim, embora o caso do Braga deva ser isolado dos demais. Os guerreiros do Minho foram os primeiros a entrar em campo e saíram desta jornada como o legítimo perseguidor direto do líder, que está a seis pontos, fruto também da derrota que os bracarenses lhe impuseram na ronda anterior. E, mais do que isso, a equipa de Ricardo Horta e companhia confirmou que o mau momento é uma mera recordação, ao ponto de ser a melhor no pós Mundial: duas vitórias, sete golos marcados e zero sofridos. Só o Famalicão também ganhou os dois jogos (com um "score" de 4-1), afastando-se da zona de descida.

Conhecedores do resultado do Benfica, FC Porto e Sporting sabiam estar proibidos de perder pontos. Mas acabaram a entregar a Casa Pia e Marítimo papéis de protagonistas. Em ambos os casos, dragões e leões sofreram de uma falta de eficácia gritante, que costuma ser mais de meio caminho andado para o insucesso. Contra dez durante meio jogo, os portistas ou não acertaram na baliza ou viram Ricardo Batista adiar a sentença de morte até não haver tempo para a executar; no Caldeirão dos Barreiros, os verdes e brancos foram cozinhados no lume brando de erros defensivos e da ansiedade no ataque. Quando a ideia era não se atrasarem mais para o Benfica, vão chegar ao dérbi a 12 pontos!

Nos dois jogos como treinador dos madeirenses, José Gomes leva um empate e um triunfo, registo que só é igualado por... Casa Pia e FC Porto, o segundo melhor pelotão pós Catar"2022. O Marítimo dá sinais de vida e a fuga aos lugares aflitivos nem está longe, sobretudo depois de Gil Vicente e Santa Clara se terem afundado. Um pouco acima, mas em péssima fase, está o Estoril, vítima do Arouca, tripulado por um Armando Evangelista que tem os lugares europeus à vista e mantém a equipa como uma das duas a disputar as três provas internas, como o FC Porto.