A realidade derrota a ficção

Um comentário do jornalista João Araújo.

Pelos relatos que têm chegado a este cantinho da Europa, o Mundial à beira do deserto plantado tem dado mesmo a impressão de ser um milagre em termos de organização, infraestruturas ou transportes, à imagem do próprio país.

E tem também dado razão a quem vaticinou que no momento em que a bola começasse a rolar tudo o resto, nomeadamente a controvérsia com os direitos humanos, passaria para segundo plano (que é muito diferente de ser esquecida).

Mas se dúvidas houvesse quanto ao poderio do Catar, há 12 anos como agora, a presença de Morgan Freeman na cerimónia de abertura, mais do que irónica, foi simbólica - afinal, é o ator que interpretou Mandela e até... Deus!

Também não devem ter restado dúvidas quanto às dificuldades que terá a seleção anfitriã para passar a primeira fase, mesmo após aquele primeiro golo anulado milimetricamente.

Num caso e noutro, foi a realidade a impor-se.